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São Paulo, domingo, 11 de maio de 2003

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OLHO VIVO

Nicho corporativo já desbanca o conjugal em certas firmas de detetives

Fraude "rivaliza" com adultério

DA REDAÇÃO

Tradicionalmente, o maior mercado de investigação privada é o conjugal, formado por uma multidão de maridos e de mulheres que suspeitam de traição do parceiro. Nesses casos, a atuação do detetive se resume a seguir e, se necessário, documentar o eventual adultério.
Ao menos no Brasil, a situação parece estar mudando. "Nos últimos anos a demanda por contra-espionagem está cada vez mais forte. A bisbilhotagem em empresas está muito grande, graças à facilidade de instalar escutas e outros aparelhos", avalia a investigadora Ângela Bekeredjian, que começou há 40 anos apurando casos de adultério e hoje se concentra mais no nicho corporativo da profissão.
Liderando equipe de 11 detetives, que se infiltram rotineiramente como motoristas, carregadores, faturistas e outros, a detetive afirma ter atuado em cerca de 5.000 casos de fraude desde a década de 70, quando começou a se dedicar ao tema.
Em um de seus primeiros casos, ela teve de se disfarçar de mãe-de-santo. "Era uma confecção que estava sofrendo desfalque de mercadorias. A secretária dizia incorporar espíritos que apontavam um funcionário de 70 anos como culpado. Os donos, religiosos, acreditavam", relembra a detetive.
Para investigar o problema, passou a frequentar a fábrica disfarçada de mãe-de-santo, "vestida toda de branco e com vários colares de contas".
Depois de algumas semanas de investigação, matou a charada: a secretária e o vigia agiam em conluio para desviar as roupas e colocar a culpa no funcionário mais antigo do lugar.
"Alguns casos são inacreditáveis", conclui ela, que cobra o serviço de acordo com as perdas registradas pelo cliente.



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