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O MUNDO DA DIPLOMACIA
No papel de delegados internacionais, universitários vivenciam o dia-a-dia de diplomatas e empresários
Missões simulam negociação fora do país
ENVIADO ESPECIAL À EUROPA
Agenda do dia: pela manhã, encontro com o ministro da Educação, Fernando Haddad, em Paris.
À tarde, discussões de negócios
entre comitiva de empresários do
Paraná e órgãos da indústria local.
Em seguida, coquetel com a embaixadora Vera Pedrosa. Próximo
compromisso: debates na sede da
ONU e da Unctad, em Genebra.
Seria fácil imaginar diplomatas
ou mesmo empresários brasileiros repassando com a secretária
os encontros descritos. Porém a
agenda lotada pertence, nesse
caso, a um grupo diferenciado:
universitários de 18 a 22 anos.
Na realidade, trata-se da simulação de uma missão comercial e
diplomática, conceito de viagem
de estudos que tem se tornado
tendência no mundo acadêmico.
Nela, os estudantes vivenciam o
dia-a-dia de uma delegação fora
do país, participando de encontros com empresários e diplomatas e conhecendo organismos
como ONU, OMC e Unesco.
"O objetivo é estimular nos futuros profissionais seu lado consultor e negociador", afirma a
"embaixadora" Claudya Piazera,
que organizou a Missão Comercial & Diplomática França-Suíça,
simulação com 21 universitários
que foi acompanhada pela Folha.
Para os estudantes, a principal
vantagem é sair da teoria dos livros e poder verificar de fato
como é o dia-a-dia dos representantes brasileiros no exterior.
"O melhor é que passei a saber o
que é diplomacia na vida real e como funcionam os organismos internacionais", avalia o estudante
de RI Renan Abi Chedid, um dos
"delegados" da missão simulada.
"Agora, após visitar diretamente
o local de trabalho, sei o que é
atuar fora do país, seja na área
comercial, seja na diplomática",
emenda Marcelo Mazoti, 22, aluno do último ano de direito.
Já na opinião de Fernanda Tonetti e Souza, 18, a viagem ajudou
a derrubar o "mito do diplomata". A estudante foi escolhida para
participar de um jantar na residência do ex-embaixador da Jamaica Anthony Hill. "Estava ansiosa com a formalidade do evento, mas, no fim, percebi que é bem
mais simples do que imaginava."
As únicas restrições, apontam
os "delegados", são o desgaste da
viagem e o custo -a simulação
não sai por menos de US$ 2.500.
Mas, para os que não dispõem
de tempo ou de recursos financeiros e querem sentir na pele como
age um negociador internacional,
uma opção são os eventos que reproduzem, no Brasil, encontros e
debates de membros da ONU.
"Haverá uma simulação a partir
da próxima quarta-feira até domingo, a um custo de R$ 150",
informa Renato Shiratsu, 24, presidente da Feneri (Federação Nacional dos Estudantes de Relações
Internacionais). A entidade acaba
de embarcar 33 universitários aos
Estados Unidos, em uma representação diplomática que visitará
organizações (como Banco Mundial e Greenpeace) e universidades (onde haverá debates com famosos como Francis Fukuyama,
autor de "O Fim da História").
"Tudo isso são iniciativas para
complementar a formação em RI,
já que, em muitos casos, os que
instruem esses jovens nem sequer
saíram do país ou falam inglês",
justifica o diplomata Marcos Prado Troyjo, que inaugurou, na semana passada, o Centro de Diplomacia Empresarial, a fim de oferecer cursos sobre o tema e também organizar missões de
caráter comercial ao exterior.
O jornalista Cássio Aoqui viajou a Paris
e a Genebra a convite da Missão Comercial & Diplomática França-Suíça.
Contatos: Claudya Piazera (próxima
missão prevista para março), 0/xx/
11/3057-2640; Feneri, contato@feneri.org.br; Marcos Troyjo, www.diplomaciaempresarial.com.br
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