S?o Paulo, domingo, 12 de setembro de 2010

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Diálogo sutil leva a mudanças

Profissionais contam como a conversa franca reverteu problemas no ambiente de trabalho

Sou eleito para falar sobre temas delicados

DE SÃO PAULO

Converso com todo mundo do escritório, por isso geralmente sou escolhido para falar com as pessoas sobre temas delicados.
Trabalhei com um trainee que transpirava muito. Seu suor tinha um odor muito forte e todos comentavam.
Certo dia, estávamos na sala de espera de um cliente e aproveitei que estávamos sozinhos para comentar com ele o fato, deixando claro que havia a possibilidade de ele não ter percebido.
Disse que poderia ser um problema de pele ou hormonal. Ele foi ao endocrinologista, fez uma microcirurgia e resolveu a questão.
Outra vez, cheguei para uma garota de 16 anos e disse que não era legal ela ir trabalhar com a barriga de fora. Ela desconfiou de mim e foi perguntar para a chefe, que confirmou que as roupas não estavam adequadas.
JOÃO SANTOS, 55, gerente de marketing

Mau hálito atrapalhou candidato a promoção

DE SÃO PAULO

Trabalhava com um aprendiz que tinha um cheiro muito forte, que incomodava a todos. Disse a ele que tinha um assunto difícil para tratar, mas que queria abordar por me importar com ele.
A reação foi de um pouco de descrédito e vergonha, mas dei exemplos de outras situações para ele não achar que era o único.
Ele me disse que não tinha o hábito de usar desodorante. Respondi que ele teria de mudar seu comportamento e perguntei se poderia voltar a abordá-lo se notasse que o problema persistia. Ele me deu essa liberdade.
Esse tipo de "feedback" evita a situação que vi acontecer uma vez. Um executivo que tinha mau hálito concorria a uma vaga e não foi contemplado. Ninguém falou, mas sei que uma das razões foi essa. Faltou diálogo.
CINTIA BORTOTTO, 33, gerente de desenvolvimento organizacional

Passei a me vestir bem depois de conselho

DE SÃO PAULO

Cresci em Cachoeira Paulista (a 212 km de São Paulo). Nunca havia vestido um terno até vir trabalhar em São Paulo. Na verdade, não via as pessoas de terno. Lembro-me de ter visto apenas meu avô, no dia de seu enterro.
Quando vim para cá, ganhei um terno que era do meu tio. Não era muito bonito, mas não tinha muita noção de vestuário e o usava.
Também achava que era só trocar de camisa e de gravata que estava tudo bem.
Um dia, uma colega de trabalho começou a fazer comentários sutis a respeito de vestimentas e notei que ela estava falando de mim.
Não me senti ofendido. Ao contrário, [reconheço que] ela tinha razão. Quando saí da empresa naquele dia, fui comprar ternos bons. Se não fosse por esse toque, não sei até quando me vestiria daquela maneira.
PAULO ALESSANDRO, 31, sócio da 2S


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