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ESTADO DE GUERRA
Embate ajuda a impulsionar mudanças nas empresas
Diálogo aberto e sem ameaça é a melhor maneira de resolver o impasse
DA REPORTAGEM LOCAL
Apesar de virem carregados
de conotações negativas, os
conflitos podem, em alguns casos, trazer motivação à firma.
Segundo o estudo da OPP e
da Fellipelli, 5% dos entrevistados disseram que o atrito os estimulava e que era uma chance
de provar o seu valor. Outros
5% disseram que o conflito era
o tempero da vida.
Para Antonio Carminhato,
CEO do Grupo Soma, os confrontos são uma química necessária nas corporações.
"É um estímulo que leva à concorrência interna, o que é muito saudável", avalia.
Marcelo Carvalho, 41, gerente de marketing da Sigvaris,
fabricante de meias de compressão, conta que o conflito na
empresa é uma oportunidade
de as pessoas crescerem.
"Uma vez, dois profissionais
tiveram opiniões divergentes
sobre o que teria de ser a peça
promocional para uma ação da
empresa. Essas visões geraram
discussões com argumentos estratégicos de ambos os lados, o
que foi muito positivo", relata.
Para Carvalho, o conflito só
passa a ser prejudicial quando
atrapalha os resultados da empresa. Para prevenir esse embate, ele conta esforçar-se para
criar soluções antes que os atritos tornem-se pessoais.
Autoconhecimento
Algumas empresas investem
também em treinamento para
que seus funcionários saibam
gerenciar conflitos.
Na Unimed VTRP, por exemplo, todos os funcionários passam por um processo que inclui
uma auto-avaliação. "Se ele
percebe que é uma pessoa inflexível, vê que deve se controlar mais", afirma Marta Saling,
gerente de desenvolvimento.
Mas, muitas vezes, não bastam os códigos da empresa para
evitar os conflitos, uma vez que
os atritos podem ter sua origem
em diferenças culturais.
A consultora Barbara Demange, da DA Consulting, por
exemplo, conta que demorou
três anos para entender os brasileiros. "Sou húngara e francesa, o que significa que sou muito direta. Em vez de as pessoas
interpretarem minhas ordens
como tais, elas ficavam magoadas porque eu não perguntava
antes como havia sido seu fim
de semana", conta.
Para sanar o embate, que
pode ocorrer também com
expatriados, Demange aconselha o diálogo. "Eu repito que
tudo o que é dito e é aberto não
é mais conflito", ressalta.
Eduardo De Maria, da Alive
Eco Hut, concorda e diz que a
confrontação sem ameaça é a
melhor maneira de resolver
aquilo que incomoda.
(MCN)
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