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SOB MEDIDA
Roupa pode ser decisiva em processo de seleção
A pedido da Folha, estilista analisa visual de candidatos em dinâmica
MARIA CAROLINA NOMURA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Começa a dinâmica de grupo.
Há muitos concorrentes, e cada
passo é analisado. Não apenas o
comportamento será avaliado.
Vestir-se adequadamente,
afirmam especialistas, pode
definir o futuro do profissional.
Para identificar os principais
erros e acertos na escolha da
roupa, a Folha convidou a estilista Erika Ikezili para avaliar o
visual de candidatos durante
uma dinâmica de grupo realizada pela agência de recrutamento Plus Advance (SP).
Peças que marcam a roupa
íntima e roupas mais largas que
o necessário foram algumas
das falhas apontadas pela estilista. Ikezili indica outra, também bastante comum entre os
candidatos: a monocromia.
Para ela, não há nada de errado em usar tons escuros -que
são discretos e elegantes-, mas
é importante que a pessoa tenha algum detalhe que a diferencie. "Aconselho a colocar algum acessório, colar, brinco e
até óculos de grau com uma armação moderna, para afirmar a
personalidade", sugere.
Como o preto é considerado
"básico", as chances de encontrar muitos candidatos com peças dessa cor aumentam.
A especialista em recrutamento da agência Plus Advance Keila Santos também ressalta a importância de escolher as
peças e as cores certas. "Às vezes, eu me lembro de um candidato por causa do sapato", diz.
Estar "bem vestido", no entanto, além de ser bastante relativo, depende também do
perfil da empresa na qual o
profissional pretende atuar.
Ikezili dá um exemplo. Há algum tempo, diz ter estranhado
quando um modelista, trajado
de calça social e camisa, foi fazer uma entrevista de emprego
em seu ateliê. "Em nosso meio,
o que vale é o despojamento."
O mal-entendido foi desfeito
quando o profissional contou
que havia estudado administração de empresas e, por isso,
adotava um estilo mais formal.
O contrário -vestir-se de
modo mais casual para disputar vagas em áreas de criação-
também pode acontecer. Um
publicitário que não quis se
identificar conta que não cogitou a hipótese de usar terno
durante uma entrevista para
uma empresa multinacional.
"Lá, percebi que era o único
sem gravata. Aí, já era tarde."
Comportamento
Além das vestimentas, o candidato deve atentar na maneira
como gesticula e se expressa.
Para a consultora de moda Glória Kalil, "expressões como
"obrigado", "por favor" e "com licença" são imprescindíveis".
Segundo ela, dessa forma, "o
candidato consegue se mostrar
decidido sem ser agressivo ou
delicado sem parecer fraco".
A consultora de moda Constanza Pascolato acrescenta
que, no trabalho, é preciso ter
outros cuidados, como evitar
falar muito ao telefone de questões particulares. "Disciplina é
fundamental", opina.
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