|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
SOB MEDIDA
Escolha do modelo varia segundo área de atuação
Profissional deve ter cuidado para não perder estilo próprio ao se vestir
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Ao acordar, Juliana Barros,
31, já está com tudo pronto para
se vestir. As peças foram escolhidas cuidadosamente no dia
anterior, para evitar que a dúvida "com que roupa eu vou" apareça logo às seis da manhã. A
maquiagem é feita no carro.
Paula Miani, 35, entretanto,
leva, no máximo, 30 minutos
para escolher o traje do dia
-em geral, calça jeans ou social, blusa confortável e tênis.
Pode não parecer, mas ambas
trabalham na mesma empresa.
Barros cuida da promoção de
vendas da Avon, e Miani, de desenhos de embalagens.
Para o estilista Mário Queiróz, convidado pela Folha para
realizar uma consultoria de
moda na companhia, as duas
estão perfeitamente adequadas
para o ambiente no qual atuam.
"A Juliana parece uma estilista, tem uma informação de
moda bem precisa. A designer,
com seus piercings, é bem despojada e traz elementos visuais
que as outras não têm."
A versatilidade de estilos almejada por algumas empresas,
no entanto, não é uma regra no
mercado de trabalho. Em algumas profissões, a forma de se
vestir deve ser bastante formal.
A advogada Marina Araújo,
29, revela que, certa vez, um
cliente reclamou de sua aparência. "Não havia nada de errado com o meu traje. O problema foi ele me considerar nova demais para representá-lo
em uma audiência", diz, acrescentando que, em direito, "idade é sinônimo de sabedoria". O
intuito ao escolher a roupa, esclarece Araújo, é "transmitir
segurança para o cliente".
Personalidade
Para Mário Queiróz, o ato de
vestir-se não deve significar
despir-se de personalidade. "O
mais importante é que a pessoa
esteja à vontade. Só assim ela
trabalhará bem. Se ela é punk,
que mantenha um piercing discreto, para indicar que continua ela mesma", indica.
Os homens, na avaliação de
Queiróz, têm mais dificuldade
em encontrar ou manter um
estilo próprio, dependendo da
profissão que exercem.
William Yamauti, 24, que
trabalha no departamento de
marketing da Avon, diz vestir-se de maneira mais casual. No
entanto, no dia em que a reportagem da Folha visitou a empresa, estava de terno. "Só escolhi esta roupa porque está
frio", justificou.
A questão da vestimenta
masculina, contudo, vai além.
Para Queiróz, os homens não
foram treinados para entender
de moda. "Eles não sabem o
que vestir se não for um terno."
Na próxima segunda-feira, a
companhia permitirá que os
funcionários deixem as gravatas em casa, por causa do verão.
Luiz Henrique da Silva, 29, da
área de inteligência, já tem o
modelo: calça social e camisa
branca. "O problema é que todo mundo vai vir assim [com a
mesma roupa], como se fosse
uniforme", avalia.
(MCN)
Texto Anterior: Roupa pode ser decisiva em processo de seleção Próximo Texto: Concursos: No TCU, profissionais têm de combinar altos salários com serviço burocrático Índice
|