São Paulo, domingo, 12 de novembro de 2006

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

SOB MEDIDA

Escolha do modelo varia segundo área de atuação

Profissional deve ter cuidado para não perder estilo próprio ao se vestir

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Ao acordar, Juliana Barros, 31, já está com tudo pronto para se vestir. As peças foram escolhidas cuidadosamente no dia anterior, para evitar que a dúvida "com que roupa eu vou" apareça logo às seis da manhã. A maquiagem é feita no carro.
Paula Miani, 35, entretanto, leva, no máximo, 30 minutos para escolher o traje do dia -em geral, calça jeans ou social, blusa confortável e tênis.
Pode não parecer, mas ambas trabalham na mesma empresa. Barros cuida da promoção de vendas da Avon, e Miani, de desenhos de embalagens.
Para o estilista Mário Queiróz, convidado pela Folha para realizar uma consultoria de moda na companhia, as duas estão perfeitamente adequadas para o ambiente no qual atuam.
"A Juliana parece uma estilista, tem uma informação de moda bem precisa. A designer, com seus piercings, é bem despojada e traz elementos visuais que as outras não têm."
A versatilidade de estilos almejada por algumas empresas, no entanto, não é uma regra no mercado de trabalho. Em algumas profissões, a forma de se vestir deve ser bastante formal.
A advogada Marina Araújo, 29, revela que, certa vez, um cliente reclamou de sua aparência. "Não havia nada de errado com o meu traje. O problema foi ele me considerar nova demais para representá-lo em uma audiência", diz, acrescentando que, em direito, "idade é sinônimo de sabedoria". O intuito ao escolher a roupa, esclarece Araújo, é "transmitir segurança para o cliente".

Personalidade
Para Mário Queiróz, o ato de vestir-se não deve significar despir-se de personalidade. "O mais importante é que a pessoa esteja à vontade. Só assim ela trabalhará bem. Se ela é punk, que mantenha um piercing discreto, para indicar que continua ela mesma", indica.
Os homens, na avaliação de Queiróz, têm mais dificuldade em encontrar ou manter um estilo próprio, dependendo da profissão que exercem.
William Yamauti, 24, que trabalha no departamento de marketing da Avon, diz vestir-se de maneira mais casual. No entanto, no dia em que a reportagem da Folha visitou a empresa, estava de terno. "Só escolhi esta roupa porque está frio", justificou.
A questão da vestimenta masculina, contudo, vai além. Para Queiróz, os homens não foram treinados para entender de moda. "Eles não sabem o que vestir se não for um terno."
Na próxima segunda-feira, a companhia permitirá que os funcionários deixem as gravatas em casa, por causa do verão. Luiz Henrique da Silva, 29, da área de inteligência, já tem o modelo: calça social e camisa branca. "O problema é que todo mundo vai vir assim [com a mesma roupa], como se fosse uniforme", avalia. (MCN)


Texto Anterior: Roupa pode ser decisiva em processo de seleção
Próximo Texto: Concursos: No TCU, profissionais têm de combinar altos salários com serviço burocrático
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.