São Paulo, domingo, 12 de novembro de 2006

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concursos

No TCU, profissionais têm de combinar altos salários com serviço burocrático

Analista diz que entre os benefícios estão bom ambiente de trabalho e carga horária flexível

Bruno Miranda/Folha Imagem
Elza Eiko Toda Jo, analista de controle externo do TCU


FATIMA CARDEAL
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

A expectativa de muitos candidatos pela realização de um concurso para o preenchimento de vagas no TCU (Tribunal de Contas da União) é grande.
Parte da explicação está no salário inicial. Um analista recebe mensalmente R$ 3.491,45, acrescidos de gratificações de desempenho, que variam de 30% a 50%, e de controle externo, que, atualmente, é de R$ 2.090,57 fixos.
Além do bom ordenado, o recesso de 30 dias não descontado das férias somado à estabilidade levam milhares de profissionais de todas as áreas a desistir da carreira de origem para tentar uma chance no TCU. Mesmo que não imaginem como será o futuro trabalho.
Foi assim com a ex-nutricionista Elza Eiko Toda Jo, 47, analista de controle externo do TCU em São Paulo. "Fiz o concurso atraída pela remuneração, mas não tinha noção do que iria fazer [no dia-a-dia]."
Ela explica que, hoje, exerce uma "atividade burocrática". "Não me arrependo porque os salários aqui progridem. O que uma nutricionista ganha não chega à remuneração inicial de um analista", considera Jo.
A rotina, segundo ela, não é pesada, embora frise que o trabalho é sempre em excesso. Isso porque, no TCU, as metas devem ser cumpridas no prazo. A gratificação quadrimestral depende dessa pontualidade.
Em compensação, a carga horária é flexível. Desde 2002, quando foi instalado o banco de horas, é possível administrar a jornada diária, desde que sejam cumpridas 40 horas semanais.
Nesse tempo, entre outras tarefas, o trabalhador tem de analisar pilhas e mais pilhas de processos sobre a utilização de recursos do governo federal.
A profissional, que tem 11 analistas sob o seu comando, chega às 10h, checa os e-mails e, às vezes, tem reuniões técnicas com a equipe. Mas sua prioridade é atender as solicitações urgentes do Ministério Público. "Quando isso acontece, paramos todos os processos."
Visitas de Brasília, sede do TCU, entram na rotina. "Sobra pouco tempo para analisar algumas matérias processuais", diz, acrescentando ser "pouca gente para muito trabalho". "Sorte que a equipe "anda sozinha'", afirma.
Levar trabalho para casa é algo que ela espera não precisar mais fazer. Há duas semanas, conta com duas estagiárias. A analista diz que o ambiente é muito bom. Para entrar, contudo, é preciso estudar muito.


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