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sua carreira
Profissional de compras adquire status de executivo
49% dos responsáveis por setor nas empresas são diretores e vice-presidentes
MARIA CAROLINA NOMURA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Foi-se a época em que o profissional de compras se reportava ao diretor da área financeira da empresa. Há algum tempo, seu superior é o presidente.
O cenário, cada vez mais comum em empresas de grande
porte, foi constatado em um estudo realizado no ano passado
pelo Cbec (Conselho Brasileiro
dos Executivos de Compras).
Das 111 companhias consultadas, 49% mantinham os executivos de compras no nível de
vice-presidente ou de diretor.
"Isso significa que, de simples área de suporte, a posição
do trabalhador dessa área foi
reconhecida como estratégica",
considera Martha Verçosa,
presidente da entidade.
De acordo com o gerente de
compras da Guarani (empresa
do setor açucareiro), Paulo
Vasconcellos, a "mudança de
status" da profissão é notória.
Na área há mais de 30 anos,
ele diz que o setor de compras
era visto como "suporte". "Hoje
o profissional deve pensar em
toda a cadeia produtiva", conta.
Essa alteração da importância do profissional, diz o gerente-executivo da consultoria de
RH Michael Page, Fábio Pereira, foi gerada, em parte, pelo
fim do processo inflacionário.
Segundo ele, a estabilidade
de preços fez com que as empresas ficassem mais atentas
aos ganhos operacionais.
"A busca por resultados deu
ao profissional a chance de
mostrar seu valor estratégico."
Formação
Não há uma graduação específica para os profissionais interessados em atuar na área.
Para Celso Grisi, coordenador do curso de gestão global de
compras da FIA (Fundação
Instituto de Administração), o
mais indicado é fazer curso superior na área de administração, engenharia ou direito.
Mas destaca que há um pré-requisito para ser bem-sucedido. "A principal habilidade deve ser o poder de negociação."
Graduada em psicologia, Silvia Amaro, 33, gerente de compras da rede de confecções
Over Board, elenca mais uma
qualificação necessária.
"Não basta repor [a mercadoria]. É preciso acompanhar as
tendências", diz ela, que começou como vendedora.
Além de atenção às novidades e habilidade em negociação, outro quesito é exigido pelas corporações: ética.
"Quem faz isso [beneficiar
um fornecedor] não consegue
mais emprego", explica Rômulo Almeida, gerente de compras
da firma de rolamentos SKF.
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