São Paulo, domingo, 13 de maio de 2007

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sua carreira

Profissional de compras adquire status de executivo

49% dos responsáveis por setor nas empresas são diretores e vice-presidentes

MARIA CAROLINA NOMURA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Foi-se a época em que o profissional de compras se reportava ao diretor da área financeira da empresa. Há algum tempo, seu superior é o presidente.
O cenário, cada vez mais comum em empresas de grande porte, foi constatado em um estudo realizado no ano passado pelo Cbec (Conselho Brasileiro dos Executivos de Compras).
Das 111 companhias consultadas, 49% mantinham os executivos de compras no nível de vice-presidente ou de diretor.
"Isso significa que, de simples área de suporte, a posição do trabalhador dessa área foi reconhecida como estratégica", considera Martha Verçosa, presidente da entidade.
De acordo com o gerente de compras da Guarani (empresa do setor açucareiro), Paulo Vasconcellos, a "mudança de status" da profissão é notória.
Na área há mais de 30 anos, ele diz que o setor de compras era visto como "suporte". "Hoje o profissional deve pensar em toda a cadeia produtiva", conta.
Essa alteração da importância do profissional, diz o gerente-executivo da consultoria de RH Michael Page, Fábio Pereira, foi gerada, em parte, pelo fim do processo inflacionário.
Segundo ele, a estabilidade de preços fez com que as empresas ficassem mais atentas aos ganhos operacionais.
"A busca por resultados deu ao profissional a chance de mostrar seu valor estratégico."

Formação
Não há uma graduação específica para os profissionais interessados em atuar na área.
Para Celso Grisi, coordenador do curso de gestão global de compras da FIA (Fundação Instituto de Administração), o mais indicado é fazer curso superior na área de administração, engenharia ou direito.
Mas destaca que há um pré-requisito para ser bem-sucedido. "A principal habilidade deve ser o poder de negociação."
Graduada em psicologia, Silvia Amaro, 33, gerente de compras da rede de confecções Over Board, elenca mais uma qualificação necessária.
"Não basta repor [a mercadoria]. É preciso acompanhar as tendências", diz ela, que começou como vendedora.
Além de atenção às novidades e habilidade em negociação, outro quesito é exigido pelas corporações: ética.
"Quem faz isso [beneficiar um fornecedor] não consegue mais emprego", explica Rômulo Almeida, gerente de compras da firma de rolamentos SKF.


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