São Paulo, Domingo, 13 de Junho de 1999
Próximo Texto | Índice

OPORTUNIDADE
Profissionais que atuam em casa lucram com aumento da demanda e novas facilidades da informática
Internet impulsiona "teletrabalho"

LIGIA BRASLAUSKAS
da Reportagem Local

Os avanços trazidos pela Internet e por novos recursos de informática estão ampliando as oportunidades para quem quer trabalhar sem sair de casa.
Um computador, um "scanner" e uma impressora podem gerar bons rendimentos, aliados a muita disciplina e disposição.
São várias as formas de atuação: digitação de trabalhos escolares, pesquisa na Internet por encomenda, organização de mala direta para empresas, cartões de visita, convites para festas, traduções, criação de sites, gravação de CD-ROM, entre outras.
Esses serviços estão sendo cada vez mais solicitados a autônomos e a assalariados de empresas que permitem atuar em casa.

Crescimento
E a Internet deverá continuar a ser uma das maiores responsáveis pela geração de novos postos de trabalho nessa área.
Segundo Rodolfo Gobbi, 34, gerente de negócios da Cyclades Brasil, multinacional da área de informática, pesquisas do setor prevêem que a Internet vai gerar cerca de 75 mil novos postos de trabalho no Brasil até 2001.
Segundo Edson Dacal, 46, diretor da Basics Web Systems, empresa do setor de informática, 80% dos serviços da empresa referem-se a traduções feitas por profissionais terceirizados que atuam em casa.
Marcelo Smith, 27, proprietário de uma empresa de comunicação e informática, diz que, de um ano para cá, a oferta de trabalho para prestadores de serviço que exercem a função em
casa "cresceu violentamente".
"Eu tenho apenas 8 funcionários que ficam dentro da empresa e cerca de 50 que trabalham em suas próprias casas."
Para ele, o "teletrabalho" é uma tendência do mercado, e as empresas terão de se adaptar.
"Tenho um prestador de serviço que mora nos Estados Unidos. Tudo entre nós é feito por meio de mensagens eletrônicas, inclusive o pagamento", diz.
Fernando Belini Martins, 35, proprietário da Estratégia Consultoria em Informática, também registrou aumento do número de colaboradores que atuam por meio do "teletrabalho" em sua empresa.
"Nos últimos dois anos, a quantidade de profissionais que trabalham em suas próprias casas subiu cerca de 45%", estima.

Nova chance
A pedagoga Maria Cristina de Santi Calabria, 39, que atua há nove anos nessa área, diz que aprendeu a transformar o "teclado em dinheiro" depois que teve suas duas filhas.
"Eu estava desempregada. Então resolvi usar melhor o equipamento que tinha em casa", diz.
Maria Cristina fez um tipo de autopropaganda. Escreveu, em uma folha de caderno, que digitava trabalhos escolares, colocou seus dados e a fixou em uma padaria do bairro.
"Não sabia nem quanto cobrar pelo serviço, quando apareceu o primeiro cliente", comenta.
Hoje, Maria Cristina tem um verdadeiro arsenal de informática em casa, que inclui, por exemplo, cinco computadores (três conectados à Internet), quatro impressoras, dois telefones celulares e um fixo e um "scanner" (que "lê" imagens e as transfere para o computador).


Próximo Texto: Atuação em casa exige disciplina
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Agência Folha.