São Paulo, domingo, 14 de janeiro de 2007

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Na mira do altruísmo

Escolha de ONG deve ser cautelosa

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Se o trabalho voluntário fará parte do calendário de 2007, o próximo passo é escolher, com cautela, a entidade a qual ajudará.
Para a diretora institucional do Centro de Voluntariado de São Paulo, Anisia Sukadolnik, mesmo funcionários que realizam ações sociais em ONGs escolhidas por suas empresas devem estar alerta.
Segundo ela, o tema tornou-se uma vitrina para as firmas. "Todas querem parecer socialmente responsáveis. Os funcionários devem procurar saber se o programa de voluntários é consistente -e não apenas uma tentativa de a empresa sair bonita na foto."
Além de as ações das empresas poderem ser ineficazes, as próprias entidades ajudadas podem se mostrar uma fraude.
Um indicativo disso é o relatório de auditoria do TCU (Tribunal de Contas da União), concluído em novembro passado, segundo o qual ONGs ineptas receberam 54,5% das verbas federais destinadas a entidades desse tipo.
Ao tentar ajudar a associação de usuários de um dos principais parques paulistanos, a jornalista E.C., 21, diz ter constatado, nos dez meses em que foi voluntária, que "a associação atendia aos interesses pessoais de alguns".
A profissional diz que não a denunciou, mas garante que "ficou esperta" e hoje pesquisa o histórico de entidades sociais.

Exceção
Para a presidente da Comissão de Direito do Terceiro Setor da OAB-SP, Lúcia Cunha, organizações civis inidôneas são exceção. "Há mais de 276 mil ONGs no Brasil, das quais somente algumas dezenas foram constatadas fraudulentas."
Para o coordenador do Portal do Voluntário, Bruno Ayres, o voluntariado já é um indício de transparência. "Se a intenção é obscura, por que chamar a comunidade para participar?", questiona.



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