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PROJEÇÃO NO EXTERIOR
Escolha do projeto é estratégica para conquistar subsídios
Bom histórico acadêmico facilita obtenção de bolsa
DIOGO BERCITO
MARIANA DESIMONE
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Estudar no exterior é um plano que só está distante quando
se trata dos milhares de quilômetros que separam o Brasil
das universidades estrangeiras.
Para viabilizar os estudos lá
fora, estudantes e pesquisadores podem se candidatar a bolsas oferecidas por governos e
por instituições privadas.
O número de bolsas de estudo no exterior oferecidas pela
Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior), por exemplo, aumentou de 2.531 beneficiados,
em 2001, para 4.019, em 2006
-um acréscimo de 59%.
Aproveitando essas oportunidades, Carlos Valério Gomes,
38, já obteve seis bolsas de estudo no decorrer de sua carreira.
Para ele, trata-se de uma pos-sibilidade de ascensão social.
Gomes foi o único dos 12 irmãos a chegar à faculdade
-cursou geografia na Universidade Federal do Acre, Estado
em que nasceu. Não falava inglês quando se inscreveu para o
extinto Programa de Incentivo
a Estudos na Bacia Amazônica
da Fundação Fulbright, um dos
poucos a não exigir domínio da
língua inglesa para a seleção.
Foi escolhido. Financiado
pela instituição, aprendeu inglês no Texas e fez mestrado na
Universidade da Flórida -local
em que também concluiu o
doutorado, dessa vez com fomento do CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento
Científico e Tecnológico).
Mais tarde, o WWF (Fundo
Mundial para a Natureza) custeou suas pesquisas de campo.
Outras bolsas completam o
currículo de Gomes, como a do
Centro de Pesquisas Ambientais e Conservação da Universidade Columbia (EUA), a da
Fundação Internacional de
Ciência (Suécia) e a da Lindberg Foundation (EUA).
"Às vezes me acho com bastante sorte, porque nunca tive
um pedido de bolsa rejeitado",
diz Gomes. Para ele, o segredo é
ter bom desempenho acadêmico e criar projetos bem redigidos e de grande impacto para o
desenvolvimento sustentável.
"Interessados em estudar
áreas estratégicas ou sem grandes especialistas no país são
candidatos mais fortes -principalmente se quiserem cursar
um pós-doutorado", acrescenta Alberto Vilani, assessor do
CNPq para a área de educação.
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