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Acordo beneficia tripulantes
Medida do governo exige direitos a trabalhadores de cruzeiros, como contratação pela CLT
ADRIANA ABREU
DE SÃO PAULO
O Ministério do Trabalho e
Emprego e o Ministério Público do Trabalho expediram
em outubro TAC (Termo
de Ajuste de Conduta) com
novos direitos para trabalhadores de cruzeiros marítimos.
A medida já vale para a
temporada 2010, que começou no mês passado e se
estende até maio de 2011.
Entre as novidades está a
contratação com base na CLT
(Consolidação das Leis Trabalho) e o direito de remeter
o salário para a família
em transferência bancária.
O acordo é válido para embarcações que ficam na costa
brasileira por período superior a 30 dias. A multa é de
R$ 70 mil por item descumprido, reversível ao Fundo
de Amparo ao Trabalhador.
O termo dividiu o setor. "É
possível que algumas companhias deixem de frequentar a costa brasileira", critica
Ricardo Amaral, presidente
da Abremar (associação das
empresas marítimas).
Como efeito, "poderá haver redução de contratações"
-duas empresas cancelaram
vindas de navios ao Brasil
após o ajuste, indica Amaral.
Para Marcelo Del Bel, gerente de recrutamento da Infinity Brazil, especializada
em seleção para cruzeiros, o
ajuste vai "valer a pena".
"Exames médicos e uniformes serão custos do empregador e não do profissional."
Atualmente, o trabalhador
que quer uma ocupação em
cruzeiros investe, em média,
R$ 1.500 -o que inclui gastos
com treinamento, passaporte, vistos e documentação.
VIDA MILITAR
Em alto mar, a contratação
de profissionais em posições
estratégicas, como médicos
ou diretores de cruzeiros, é o
maior desafio, "principalmente quando avisamos
que não há folgas", expõe
Isabela Moreira, diretora do
Ceceth (Centro de Capacitação em Turismo e Hotelaria),
"É uma vida militar, há regras e horários a cumprir."
Veterano em navios, Leandro Mocelin, 31, está de malas prontas para um cruzeiro
da Disney em dezembro, onde ficará por cinco meses.
Graduado em ciências aeronáuticas, Mocelin é garçom há sete anos. "Fui selecionado porque sou fluente
em três idiomas", conta.
Ele conta que chegou a trabalhar 15 horas por dia para
ter mais visibilidade e ser
promovido. "Mas foi por
opção própria", ressalta.
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