S?o Paulo, domingo, 14 de novembro de 2010

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Acordo beneficia tripulantes

Medida do governo exige direitos a trabalhadores de cruzeiros, como contratação pela CLT

ADRIANA ABREU
DE SÃO PAULO

O Ministério do Trabalho e Emprego e o Ministério Público do Trabalho expediram em outubro TAC (Termo de Ajuste de Conduta) com novos direitos para trabalhadores de cruzeiros marítimos.
A medida já vale para a temporada 2010, que começou no mês passado e se estende até maio de 2011.
Entre as novidades está a contratação com base na CLT (Consolidação das Leis Trabalho) e o direito de remeter o salário para a família em transferência bancária.
O acordo é válido para embarcações que ficam na costa brasileira por período superior a 30 dias. A multa é de R$ 70 mil por item descumprido, reversível ao Fundo de Amparo ao Trabalhador.
O termo dividiu o setor. "É possível que algumas companhias deixem de frequentar a costa brasileira", critica Ricardo Amaral, presidente da Abremar (associação das empresas marítimas).
Como efeito, "poderá haver redução de contratações" -duas empresas cancelaram vindas de navios ao Brasil após o ajuste, indica Amaral.
Para Marcelo Del Bel, gerente de recrutamento da Infinity Brazil, especializada em seleção para cruzeiros, o ajuste vai "valer a pena".
"Exames médicos e uniformes serão custos do empregador e não do profissional."
Atualmente, o trabalhador que quer uma ocupação em cruzeiros investe, em média, R$ 1.500 -o que inclui gastos com treinamento, passaporte, vistos e documentação.

VIDA MILITAR
Em alto mar, a contratação de profissionais em posições estratégicas, como médicos ou diretores de cruzeiros, é o maior desafio, "principalmente quando avisamos que não há folgas", expõe Isabela Moreira, diretora do Ceceth (Centro de Capacitação em Turismo e Hotelaria),
"É uma vida militar, há regras e horários a cumprir."
Veterano em navios, Leandro Mocelin, 31, está de malas prontas para um cruzeiro da Disney em dezembro, onde ficará por cinco meses.
Graduado em ciências aeronáuticas, Mocelin é garçom há sete anos. "Fui selecionado porque sou fluente em três idiomas", conta.
Ele conta que chegou a trabalhar 15 horas por dia para ter mais visibilidade e ser promovido. "Mas foi por opção própria", ressalta.


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