São Paulo, domingo, 15 de março de 2009

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MAPA DE CARREIRA

Em São Paulo, órgãos definem parâmetros para ascensão

Especialista em política pública fará prova para avançar por 6 níveis

LUCIANE CRIPPA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Estabilidade não é sinônimo de carreira em linha reta para funcionários públicos que trabalham em órgãos em que a progressão é bem definida.
Em um cargo novo em São Paulo, o de especialista em políticas públicas, ela se dá em seis classes, com dois níveis de remuneração para cada uma.
Os critérios para promoção serão publicados em decreto. Para evoluir, o especialista terá seu desempenho avaliado em provas de conhecimentos específicos e deverá cumprir um tempo mínimo em cada nível.
"O salário final chega a quase dobrar", completa Márcia Santos Siqueira, 24, executiva pública que vai prestar concurso para o cargo -as inscrições estão abertas até o dia 20, e há 150 vagas. O salário inicial do especialista é de R$ 3.800 e pode chegar a R$ 8.063.
Na Cetesb (Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental), os funcionários ganharam um plano de carreira em outubro do ano passado.
Desde então, profissionais podem ser promovidos por competência ou evoluir dentro do cargo. Tudo depende da avaliação feita a cada 12 meses.
Em dezembro do ano passado, foi aprovada na Alesp (Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo) uma proposta do governador José Serra que muda os critérios de promoção para os servidores da área administrativa do Estado.
Com isso, os funcionários das chamadas "atividades-meio" -como contadores, fiscais, economistas e até motoristas- passam a ser promovidos por meio de avaliações anuais de desempenho, e não mais por tempo de serviço.
"O objetivo é melhorar a qualidade do serviço público no final. Começamos a implantação pela Secretaria da Educação", explica o secretário estadual de gestão pública de São Paulo, Sidney Beraldo, 58.

Começo no topo
Diferentemente do que ocorre na iniciativa privada, alguns profissionais podem começar a carreira já no topo. É o caso, por exemplo, do auditor fiscal.
"Ele já entra com condição de autoridade e cumpre funções e atribuições do Estado", comenta Esther Martins, 52, auditora fiscal da Previdência em São Paulo e palestrante da Central de Concursos.
A contrapartida, segundo Martins, é que o auditor leva suas responsabilidades consigo por tempo indeterminado, independentemente de continuar no serviço público.
"Uma dívida ou denúncia de corrupção, por exemplo, é transmissível para seus herdeiros", alerta a auditora.
O Ministério do Planejamento pretende lançar edital para auditor fiscal da Receita Federal neste ano. O último concurso foi realizado em 2005 -o salário atual é de R$ 12,5 mil.


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