São Paulo, domingo, 15 de setembro de 2002

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A ROUPA CERTA
Trabalho exige bom senso na hora de se vestir

Fernando Moraes/Folha Imagem
Para dar um toque informal, mulheres usam cores fortes


BRUNA MARTINS FONTES
FREE-LANCE PARA A FOLHA

Saltos muito altos, decotes exagerados, camisa de manga curta com gravata, meias brancas com calça social. São muitos os erros que profissionais podem cometer na escolha da roupa de trabalho.
Para driblá-los, consultores tentam ajudar na difícil escolha diária da roupa que deve ser usada.
Na opinião de Luciane Robic, diretora de moda do IBModa (Instituto Brasileiro de Moda), homens e mulheres têm dificuldades ao tentar adaptar as últimas tendências ao trabalho. "Acabam preocupando-se demais com a moda quando deveriam vestir-se de acordo com a cultura corporativa", afirma.
O problema é maior para as mulheres, já que têm mais possibilidades de escolha, e, portanto, de errar. "As brasileiras têm pouco critério sobre o que favorece ou desfavorece sua imagem de acordo com seu tipo físico", avalia Inês de Castro, autora do livro "Moda no Trabalho" (Editora Panda), que dá dicas sobre como se vestir em diferentes situações do cotidiano profissional.

Erros
As roupas transmitem mensagens, e é preciso cuidar da aparência. Aquele corte moderno nem sempre é o mais adequado ou confortável para as funções exercidas no dia-a-dia. O mesmo vale para sandálias, sapatos de salto alto ruidosos, gravatas e adereços chamativos, que dispersam a atenção dos colegas.
"O profissional deve levar em conta que não se veste para si, e sim para seu cliente e seus parceiros de trabalho", opina Ilana Berenholc, consultora de moda ligada ao Senac (Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial).
Apesar de as empresas não deixarem de promover funcionários que consideram malvestidos, Andrea Huggard-Caine, sócia-diretora da Hewitt Associates, ressalta que quem se veste adequadamente demonstra saber a importância que a companhia dá para a imagem que ele passa.
"Estar bem-vestido denota que o profissional pode representar bem a empresa, além de demonstrar o valor que dá a si mesmo", completa Nora-ney Cerneviva, diretora de RH do Citibank.

Espelho da empresa
Para os consultores, a escolha da roupa de trabalho deve levar em conta a cultura da companhia -se é mais conservadora ou mais arrojada- e a agenda de cada um. Os gostos pessoais podem ser adaptados com sutileza ao visual.
Estar alinhado, entretanto, não é sinônimo de ser chique. Cada vez mais as empresas aceitam um vestuário mais informal, como camisas pólo para homens.
"Se a companhia não tem uma política definida de vestuário, deve-se observar como se vestem os superiores", opina Berenholc, acrescentando que "quanto mais o profissional repete um padrão de se vestir, torna-se mais consistente e ganha credibilidade".
Geralmente, secretárias, vendedores e executivos precisam manter-se alinhados, pois também representam a imagem da empresa.
Como nem sempre é possível prever o que vai acontecer no dia, consultoras recomendam reservar acessórios (como ternos, blazers e gravatas em tons neutros) para ocasiões inusitadas, como uma reunião de última hora com o chefe ou com um cliente.
Estar não quer dizer acertar sempre. "Se você aparece chique para encontrar um cliente mais descontraído, pode passar um ar de arrogância", comenta Huggard-Caine.
Em outros casos, vestir-se de modo despojado é a regra. "Nas profissões em que se espera um retorno criativo, recomenda-se criatividade nas roupas, mesmo nas reuniões", diz Fawsia Borralho, estilista e professora da Universidade Anhembi Morumbi.


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