São Paulo, domingo, 15 de setembro de 2002

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A ROUPA CERTA

Entrevista de emprego é momento crítico

FREE-LANCE PARA A FOLHA

Quando o profissional já está empregado, é mais fácil saber o que vestir para não destoar do ambiente de trabalho. Mas como ficam os candidatos na hora da entrevista para um emprego?
Antes de mais nada, devem-se buscar informações sobre a empresa, para conhecer o estilo. É formal ou informal?
Para isso, vale perguntar a conhecidos que trabalham na empresa ou a conhecem, informar-se na internet e, segundo Inês de Castro, autora do livro "Moda no Trabalho", até "fazer plantão" na porta da companhia para observar como se vestem seus profissionais. Se restarem dúvidas, "é melhor apostar no mais conservador", sugere Andrea Huggard-Caine, da Hewitt Associates.
O que não significa que os jovens devam adotar ares de mais velhos. "As empresas buscam jovialidade", ressalta Sofia Amaral, sócia da Companhia de Talentos.

Modelitos
Para os homens, o terno pode ser a escolha ideal -especialmente para quem busca uma posição executiva-, mas nem sempre é a regra.
"Se a empresa for mais informal, pode dispensar a gravata ou trocar o paletó por um blazer", comenta Ilana Berenholc, consultora de moda ligada ao Senac (Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial).
Sua versão feminina, o "terninho", também compõe bem em todas as ocasiões, e pode passar uma imagem mais moderna ou conservadora de acordo com a camisa e com os acessórios usados.
O diferencial, afirmam as consultoras, fica por conta dos acessórios. "Não é interessante ficar muito no clássico, sem transmitir um pouco da sua personalidade", comenta Luciane Robic.
Mas é preciso ter cuidado para não exagerar. "Muitos querem impressionar e vestem roupas muito festivas ou muito chiques. Isso deve ser evitado, porque passa uma imagem diferente do que a pessoa é", conclui Castro.
Para as consultoras, detalhes como unhas muito compridas ou pintadas com cores muito escuras, cabelos muito volumosos, decotes, fendas e transparências devem ser evitados em todas as ocasiões, pois são malvistos pelos selecionadores das vagas.

Informalidade
Posições executivas geralmente requerem trajes mais sóbrios, como terno e tailleur (com saia ou calça), mas esse tipo de roupa não é muito vista em empresas tidas como "contemporâneas", como as que lidam com tecnologia.
"As companhias estão adotando vestuário mais informal", comenta Huggard-Caine. "Faz parte de um conceito de qualidade de vida no trabalho."
A Avaya (sistemas de comunicação), por exemplo, adota o vestuário informal do técnico ao diretor. "As únicas exceções são os casos de reuniões com clientes e negociações de banco", comenta Tania Scaglioni, gerente de comunicação corporativa. "Todos se sentem mais à vontade."
Mesmo companhias tidas como mais conservadoras estão aderindo a esse estilo.
O Citibank, por exemplo, há dois anos e meio trocou o visual sisudo por camisas pólo ou de modelos esportivos, sem gravata. Mantém apenas restrições quanto aos profissionais que lidam com clientes e visitantes externos.
"Nos momentos em que representa a empresa, é preciso estar bem trajado", afirma Nora-ney Cerneviva, diretora de RH.
Mesmo essa regra ainda varia. No Grand Hotel Mercure, por exemplo, a gravata e os laços usados pelos funcionários deram lugar à gola padre, e o uso do terno não é obrigatório. "Agradou a muitos clientes", diz o gerente-geral Mauro Kaluf.


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