São Paulo, domingo, 15 de setembro de 2002

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SUA CARREIRA

Pesquisa coloca cursos de MBA em xeque

FREE-LANCE PARA A FOLHA

Quem quer turbinar o currículo com um MBA (Master in Business Administration) pode começar a se planejar para o próximo ano.
Contudo, não se devem jogar todas as fichas nessa opção. A especialização ajuda, mas não significa que vá haver melhora automática na carreira.
O prestígio do curso tem sido posto em xeque. Estudo feito pelos pesquisadores Jeffrey Pfeffer e Christina Fong, da Universidade Stanford (EUA), foi atrás de uma ligação entre o MBA e a remuneração futura. Segundo a conclusão, quem não o cursou não se sai pior do que os profissionais que o agregaram ao currículo.
"Nos EUA, muitos vêem o MBA como um investimento certo para aumentar o salário, mas o retorno depende de um conjunto de fatores, como o desempenho", diz Irineu Gianesi, coordenador do MBA executivo do Ibmec.
Outro levantamento, feito pelo Aspen Institute (organização dos EUA sem fins lucrativos, com foco em liderança) com mais de 2.000 alunos de MBA, constatou, ao final do curso, uma mudança nas prioridades dos executivos -deslocada da qualidade dos produtos e das necessidades dos clientes para os acionistas.
A pesquisa mostra também que os profissionais se sentem inseguros sobre como a responsabilidade social pode contribuir para o sucesso dos negócios, mas gostariam de aprender mais sobre isso.

Mudanças
Para Heitor Peixoto, diretor de admissões e operações da Business School São Paulo, a mentalidade dessa preparação está mudando. "Deixa de ser uma verdade que os CEOs (chief executive officers) devem apenas maximizar os lucros da empresa. A visão de curto prazo e de lucro a qualquer custo está sendo reavaliada."
Apesar de alguns profissionais verem o MBA como requisito indispensável, especialistas da área discordam. "O curso não é recomendável para todos", diz Peixoto. Ele diz que é mais útil para profissionais com muito conhecimento específico ou técnico que querem capacitar-se para exercer funções gerenciais ou pretendem mudar de área na empresa.
"Também não será produtivo para quem não tiver condições de aplicar o que aprende em seu dia-a-dia na companhia", afirma.
A experiência profissional é requisito fundamental para matricular-se em um curso de MBA. No Ibmec, por exemplo, a média dos alunos é de 34 anos de idade e de 12 de experiência.


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