Há previsão de criação de 90 mil postos nas férias; Folha apresenta mais de 29 mil vagas

Renato Stockler/Folha Imagem

O vendedor Marcos Mussato Ferreira, que, por seu desempenho, foi efetivado em uma empresa

Se, para alguns, a chegada do fim do ano é sinônimo de descanso, para outros é a oportunidade de ter ganhos extras.
As grandes lojas de varejo já começaram a seleção de temporários. Devem ser criados 90 mil postos de trabalho, principalmente no setor de vendas, de acordo com a Asserttem (Associação Brasileira das Empresas de Serviços Terceirizáveis e de Trabalho Temporário).
As previsões apontam a criação de 5% mais vagas do que no mesmo período de 2005.
"O aumento da oferta deve-se à elevação do salário mínimo, à facilidade de acesso ao crédito e, conseqüentemente, à maior demanda por serviços", afirma o diretor comercial da Asserttem, Vander Morales.
A Folha consultou diversas firmas e selecionou mais de 29 mil oportunidades de trabalho (veja mais na página seguinte).
Um dos filões mais tradicionais é o de shopping centers. Foi em um dos 251 shoppings do Estado de São Paulo que o vendedor Marcos Mussato Ferreira, 21, conseguiu ser admitido, no fim do ano passado.
Sua intenção, no entanto, era transformar o período temporário na loja em permanente.
No início da empreitada, diz ter ficado desanimado em razão da grande quantidade de vendedores que buscavam a efetivação no estabelecimento.
"Depois de uma semana trabalhando na loja, eu atendi uma mulher que queria comprar apenas duas peças e acabou gastando muito mais."
De acordo com Ferreira, o marido da cliente "ficou tão impressionado" com seu desempenho, que o convidou para trabalhar em sua loja. "Se não tivesse mostrado empenho, não teria sido efetivado."
A estimativa é que outras pessoas tenham a mesma sorte de Ferreira. Para este ano, a Alshop (Associação Brasileira de Lojistas de Shopping) prevê que 25% dos temporários sejam efetivados com contratos de prazo indeterminado.
Na contramão da expectativa dos que pretendem se estabelecer no mercado está a estudante Marília Duarte, 19. Mesmo atuando como recreadora, função em que permanecerá até o fim do ano, não descartou outras opções. "Estou em uma seleção para trabalhar em shopping. Com o dinheiro, viajarei pela América Latina", planeja.

Seleção
Um currículo completo e bem-escrito é o primeiro passo para que o candidato conquiste a atenção do empregador.
Na avaliação de Cintia Marini Teles, coordenadora de recrutamento e seleção da Adecco, é importante que o trabalhador detalhe o maior número de atividades profissionais.
"Cursos profissionalizantes ou de atendimento também impressionam", orienta Teles.
Para quem não tem experiência, Adriano Araújo, diretor do Grupo Foco, dá uma dica: incluir afinidades e habilidades. "Não há muito tempo de adaptação. Por isso deve-se escolher um trabalho que dê prazer."


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