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São Paulo, domingo, 16 de fevereiro de 2003

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TERCEIRO SETOR

Captar dinheiro para ONGs vira cargo promissor

FREE-LANCE PARA A FOLHA

Com certeza você já pensou em juntar dinheiro para trocar de carro, de casa, para viajar ou apenas garantir uma aposentadoria tranquila. Mas e em arrecadar dinheiro para os outros, já pensou?
Pois agora é profissão, e das mais requisitadas pelo mercado. Os chamados captadores de recursos, profissionais responsáveis por conseguir verba para sustentar ONGs (organizações não-governamentais), já têm associação própria, cursos de formação e boas perspectivas de emprego.
"Não há dúvidas de que essa é a profissão do presente e do futuro. Enquanto o primeiro e o segundo setor [governo e empresas privadas, respectivamente" enfrentam desemprego, o terceiro setor [ONGs" carece de profissionais", diz o presidente da ABCR (Associação Brasileira dos Captadores de Recursos), Custódio Pereira.
Segundo ele, a demanda por captadores é sentida na prática, no dia-a-dia das entidades, porém ainda não foi mensurada por nenhum estudo quantitativo.
A associação de captadores, fundada há dois anos, tem atualmente 150 membros.
A presidente da associação de alunos e ex-alunos de MBAs da USP, Agnes Ezabella, afirma que a profissão de captador tem futuro porque "a tendência é de o governo descentralizar o atendimento social". A associação promove cursos de gestão de organizações da sociedade civil (Gesc) cerca de três vezes por ano. Um dos tópicos é captação de recursos.

Atribuições
A função de um captador é simples: arrecadar verbas para viabilizar projetos sociais, culturais e ambientais. Atingir essa meta, entretanto, exige muito esforço.
"A pessoa tem de mostrar os benefícios que o programa trará, seja em qualificação da marca do patrocinador ou na criação de meios de comunicação com os clientes", explica Yacoff Sarkovas, presidente da Articultura Comunicação e consultor especializado em patrocínio empresarial.
Apesar de confirmar a demanda por profissionais de captação, ele aponta também um contratempo: "As ONGs são pouco capitalizadas e não têm grandes possibilidades de contratação. É um círculo: precisam de captadores porque não têm dinheiro, mas não podem pagar-lhes sem a verba".
Em outras palavras, os profissionais podem ter de receber salários menores por alguns meses até a contratante se capitalizar. Os salários variam muito de acordo com o porte e a situação de cada ONG, mas vencimentos a partir de R$ 2.000 mensais são comuns. (RENATO ESSENFELDER)


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