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TERCEIRO SETOR
Captar dinheiro para ONGs vira cargo promissor
FREE-LANCE PARA A FOLHA
Com certeza você já pensou em
juntar dinheiro para trocar de
carro, de casa, para viajar ou apenas garantir uma aposentadoria
tranquila. Mas e em arrecadar dinheiro para os outros, já pensou?
Pois agora é profissão, e das
mais requisitadas pelo mercado.
Os chamados captadores de recursos, profissionais responsáveis
por conseguir verba para sustentar ONGs (organizações não-governamentais), já têm associação
própria, cursos de formação e
boas perspectivas de emprego.
"Não há dúvidas de que essa é a
profissão do presente e do futuro.
Enquanto o primeiro e o segundo
setor [governo e empresas privadas, respectivamente" enfrentam
desemprego, o terceiro setor
[ONGs" carece de profissionais",
diz o presidente da ABCR (Associação Brasileira dos Captadores
de Recursos), Custódio Pereira.
Segundo ele, a demanda por
captadores é sentida na prática,
no dia-a-dia das entidades, porém
ainda não foi mensurada por nenhum estudo quantitativo.
A associação de captadores,
fundada há dois anos, tem atualmente 150 membros.
A presidente da associação de
alunos e ex-alunos de MBAs da
USP, Agnes Ezabella, afirma que a
profissão de captador tem futuro
porque "a tendência é de o governo descentralizar o atendimento
social". A associação promove
cursos de gestão de organizações
da sociedade civil (Gesc) cerca de
três vezes por ano. Um dos tópicos é captação de recursos.
Atribuições
A função de um captador é simples: arrecadar verbas para viabilizar projetos sociais, culturais e
ambientais. Atingir essa meta, entretanto, exige muito esforço.
"A pessoa tem de mostrar os
benefícios que o programa trará,
seja em qualificação da marca
do patrocinador ou na criação de
meios de comunicação com os
clientes", explica Yacoff Sarkovas,
presidente da Articultura Comunicação e consultor especializado
em patrocínio empresarial.
Apesar de confirmar a demanda
por profissionais de captação, ele
aponta também um contratempo: "As ONGs são pouco capitalizadas e não têm grandes possibilidades de contratação. É um círculo: precisam de captadores porque não têm dinheiro, mas não
podem pagar-lhes sem a verba".
Em outras palavras, os profissionais podem ter de receber salários menores por alguns meses
até a contratante se capitalizar. Os
salários variam muito de acordo
com o porte e a situação de cada
ONG, mas vencimentos a partir
de R$ 2.000 mensais são comuns.
(RENATO ESSENFELDER)
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