São Paulo, domingo, 16 de agosto de 2009

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PANORAMA

Seleções são canceladas ou ganham novo enfoque

Varejo, auditoria e indústria de bens duráveis estão entre as áreas que mantiveram a busca por jovens profissionais

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

A crise financeira fez com que várias companhias reduzissem investimentos em treinamento. Os trainees, em muitos casos, não foram poupados.
"Os segmentos mais afetados foram mineração, siderurgia e construção pesada", afirma Sofia Esteves, presidente da Cia de Talentos, que elabora programas de grandes empresas.
No Grupo Foco, consultoria que formata seleções de trainees, dois projetos para 2009 foram cancelados, e 30 vagas foram fechadas. "Um segmento que sofreu muito foi o automotivo", diz Renata Schmidt, gerente da divisão de trainees e estágios da companhia.
Entre empresas que cancelaram ou adiaram programas, algumas retomaram processos seletivos no primeiro semestre.
Isso levou a uma movimentação incomum no período, pois a maior parte começa no segundo semestre. Outras não têm perspectiva de reabrir vagas.
A Ford suspendeu temporariamente as 25 vagas da seleção 2009/2010 e não sabe se as abrirá. Segundo o supervisor de treinamento e desenvolvimento da empresa, Gilson Filho, o plano é priorizar o desenvolvimento de quem passou pelo programa recentemente.
Na Gerdau, o programa de 2009 foi cancelado devido a dificuldades do mercado siderúrgico internacional. Segundo sua assessoria de imprensa, não há definição sobre nova turma.
Na Skanska, que cancelou 11 vagas de trainee em janeiro, há previsão de processo seletivo para setembro, com o mesmo número de postos.

Áreas em alta
Em outros casos, a redução das contratações resultou em programas mais direcionados à atividade-fim da empresa. "Algumas não contrataram profissionais seniores, por causa do custo, e preferiram investir em trainees", conta Fernando Montero da Costa, diretor de operações da Human Brasil.
Para Esteves, o ano deve terminar sem aumento nem queda no número de vagas. "O impacto não será tão grande."
Nem todas as empresas fecharam postos. "As que têm o programa de trainee como estratégia de longo prazo tendem a não cancelar vagas quando há turbulências", diz Luis Saverio, diretor da área de serviços de consultoria da Business Partners Consulting.
Entre as áreas com demanda aquecida, Esteves, da Cia de Talentos, aponta as indústrias de bens de consumo e química, o setor de agronegócios e o varejo. "Bancos também devem continuar contratando, embora com um menor número de vagas, em alguns casos."
Claudia Elisa Soares, diretora de RH do Grupo Pão de Açúcar, afirma que o número de vagas para trainees na empresa subiu neste ano. "Temos crescimento entre 8% e 10%."
Já na indústria de bens de consumo, o setor de eletrodomésticos se beneficiou da redução do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) para geladeiras, fogões e máquinas de lavar roupa. "Nossa atração de talentos continuará aquecida", comenta Úrsula Angeli, gerente-geral de recursos humanos da Whirlpool.
Grandes empresas de auditoria, que recrutam um número expressivo de trainees, devem manter o ritmo. "Aumentamos o número de vagas", diz Claudia Bronzoni, gerente de RH da Deloitte, que abriu 500 em 2009 e quer manter o patamar na próxima seleção. (ECL)


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