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PANORAMA
Seleções são canceladas ou ganham novo enfoque
Varejo, auditoria e indústria de bens duráveis estão entre as áreas que mantiveram a busca por jovens profissionais
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
A crise financeira fez com
que várias companhias reduzissem investimentos em treinamento. Os trainees, em muitos casos, não foram poupados.
"Os segmentos mais afetados
foram mineração, siderurgia e
construção pesada", afirma Sofia Esteves, presidente da Cia
de Talentos, que elabora programas de grandes empresas.
No Grupo Foco, consultoria
que formata seleções de trainees, dois projetos para 2009
foram cancelados, e 30 vagas
foram fechadas. "Um segmento
que sofreu muito foi o automotivo", diz Renata Schmidt, gerente da divisão de trainees e
estágios da companhia.
Entre empresas que cancelaram ou adiaram programas, algumas retomaram processos
seletivos no primeiro semestre.
Isso levou a uma movimentação incomum no período, pois a
maior parte começa no segundo semestre. Outras não têm
perspectiva de reabrir vagas.
A Ford suspendeu temporariamente as 25 vagas da seleção
2009/2010 e não sabe se as
abrirá. Segundo o supervisor de
treinamento e desenvolvimento da empresa, Gilson Filho, o
plano é priorizar o desenvolvimento de quem passou pelo
programa recentemente.
Na Gerdau, o programa de
2009 foi cancelado devido a dificuldades do mercado siderúrgico internacional. Segundo
sua assessoria de imprensa, não
há definição sobre nova turma.
Na Skanska, que cancelou 11
vagas de trainee em janeiro, há
previsão de processo seletivo
para setembro, com o mesmo
número de postos.
Áreas em alta
Em outros casos, a redução
das contratações resultou em
programas mais direcionados à
atividade-fim da empresa. "Algumas não contrataram profissionais seniores, por causa do
custo, e preferiram investir em
trainees", conta Fernando
Montero da Costa, diretor de
operações da Human Brasil.
Para Esteves, o ano deve terminar sem aumento nem queda no número de vagas. "O impacto não será tão grande."
Nem todas as empresas fecharam postos. "As que têm o
programa de trainee como estratégia de longo prazo tendem
a não cancelar vagas quando há
turbulências", diz Luis Saverio,
diretor da área de serviços de
consultoria da Business Partners Consulting.
Entre as áreas com demanda
aquecida, Esteves, da Cia de Talentos, aponta as indústrias de
bens de consumo e química, o
setor de agronegócios e o varejo. "Bancos também devem
continuar contratando, embora com um menor número de
vagas, em alguns casos."
Claudia Elisa Soares, diretora de RH do Grupo Pão de Açúcar, afirma que o número de vagas para trainees na empresa
subiu neste ano. "Temos crescimento entre 8% e 10%."
Já na indústria de bens de
consumo, o setor de eletrodomésticos se beneficiou da redução do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) para
geladeiras, fogões e máquinas
de lavar roupa. "Nossa atração
de talentos continuará aquecida", comenta Úrsula Angeli, gerente-geral de recursos humanos da Whirlpool.
Grandes empresas de auditoria, que recrutam um número
expressivo de trainees, devem
manter o ritmo. "Aumentamos
o número de vagas", diz Claudia
Bronzoni, gerente de RH da
Deloitte, que abriu 500 em
2009 e quer manter o patamar
na próxima seleção.
(ECL)
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