São Paulo, domingo, 16 de agosto de 2009

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HORA DA PROVA

Perfil é a questão que mais conta pontos

Demonstrar capacidade de se expressar em dinâmicas é quesito mais apreciado do que tirar nota alta na prova

Letícia Moreira/Folha Imagem
Clarissa Pantoja na AmBev, em São Paulo

RENATA DE GASPARI VALDEJÃO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

A seleção de trainees é concorrida como um vestibular, mas a preparação para passar é bem diferente. Ser fera em conteúdo (como inglês e raciocínio lógico) ajuda, mas o foco dos recrutadores é a identificação do candidato com a empresa.
"O importante é entender o segmento, a cultura e os valores", afirma Gisleine Camargo, gerente de assessoria em gestão de RH da consultoria KPMG.
Ela indica pesquisar sobre a companhia na internet e conversar com funcionários e ex-funcionários. "No site da empresa, é possível encontrar desde sua história até notícias atuais, como informações para investidores e portfólio de produtos", afirma Ralf Piper, diretor de RH e gestão da Sadia.
"É importante acompanhar o noticiário econômico e o do setor da companhia para ter ideia de quais serão, em curto e médio prazos, seus desafios."
Para conhecer melhor os jovens, até as seleções vêm mudando. Algumas delas incluem desenvolvimento de casos, em que os candidatos devem achar a solução para um problema corporativo fictício.
O objetivo não é descobrir quem tem a resposta correta para a questão, e sim avaliar como tentam resolvê-la.
"Às vezes, as empresas pedem soluções que são impossíveis", conta Fabio Saad, gerente da consultoria Robert Half. "Elas querem avaliar a criatividade, o relacionamento, que ferramentas a pessoa vai usar."

Hora da verdade
O processo seletivo começa com o currículo do estudante, avaliado pelo site ou por telefone. Ele deve ser objetivo e ajudar o selecionador a "esclarecer dúvidas sobre a formação", comenta Pérola Lucente, coordenadora de recrutamento e seleção da consultoria Ricardo Xavier Recursos Humanos.
Depois vêm as provas, com disciplinas como português, inglês e atualidades. Em algumas empresas, elas podem até vir depois da dinâmica.
Então chega a hora de encarar os selecionadores em dinâmicas de grupo, painéis de negócio com desenvolvimento de casos e entrevistas com gestores de recursos humanos ou da área em que o candidato concorre -e até com o presidente.
Para se dar bem, é preciso treinar a capacidade de ouvir e de se expressar, aconselha Gisleine Camargo, da KPMG. "Criatividade e linguagem corporal também serão avaliadas."
Fabio Saad, da Robert Half, diz que é melhor agir naturalmente do que representar um papel. "Entrevistas e dinâmicas giram em torno do perfil. É importante se expor, mostrar pontos de vista e participar da discussão sem ser autoritário."
Nas entrevistas, sua dica é buscar entender o que a empresa planeja para os próximos anos. "Pergunte ao gestor o que o motiva a estar lá, demonstra interesse, causa impacto."


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