São Paulo, domingo, 17 de novembro de 2002

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REVELAÇÃO

Concursos oferecem holofote no currículo

Luana Fischer/ Folha Imagem
Paulo Seixas participou de vários projetos na área de marketing promocional premiados nos últimos anos


RENATO ESSENFELDER
FREE-LANCE PARA A FOLHA

Em época de contratação de pessoal, as equipes de recursos humanos das empresas passam semanas examinando currículos de candidatos. Tudo é levado em conta: experiências profissionais, idiomas, habilidade com computadores e formação acadêmica.
Nesse mar de nomes e sobrenomes, há um detalhe pouco explorado que pode chamar a atenção do empregador: quantos prêmios você tem em seu currículo?
Antes de responder, avalie com bom senso. Não vale citar prêmio de natação, de judô, de funcionário do mês ou de melhor poeta do bairro. Isso tudo pode ser mencionado em uma entrevista de emprego, mas não no currículo.
"A premiação que está relacionada à obtenção de resultados é a que importa. O que interessa é o que a pessoa fez, implementou ou potencializou para ganhar aquele troféu. Um prêmio de melhor vendedor do ano ou um "Top of Mind" pode ser interessante, mas só porque denota realizações profissionais", diz a consultora Alessandra Perez, da Career Center.
O vendedor Silvio Domingues, 30, não pensou duas vezes antes de acrescentar ao seu histórico profissional sua última conquista: o prêmio Campeões de Vendas 2002 concedido pela ADVB (Associação dos Dirigentes de Vendas e Marketing do Brasil).
"Não tenho dúvida de que [o prêmio" ajuda na carreira. Atiça a curiosidade dos empregadores."
Os organizadores dos torneios enfatizam: se as regras são claras e justas, o prestígio do ganhador torna-se grande. "Todos os arquitetos mais conhecidos do país ganharam, antes da fama, os nossos prêmios", diz o presidente do IAB-SP (Instituto de Arquitetos do Brasil), Gilberto Belleza. "[As disputas" projetam o vencedor nacionalmente", completa.
Para quem pensa que ganhar um prêmio cobiçado é sinônimo de bons empregos, o professor da FEA-USP (Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo) Joel Dutra avisa: "Os empregadores sabem que há muita articulação política na hora de conceder um troféu, e por isso o resultado não é um diferencial absoluto".




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