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O CAMINHO DO EMPREGO
Déficit de profissionais é de 77 mil
Ainda é grande o número de vagas para trabalhadores com deficiência no Estado de SP
Raphael Falavigna/Folha Imagem
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Segundo a DRT-SP, o preenchimento de vagas para pessoas com deficiência é cada vez mais rápido |
ANDRESSA ROVANI
RAQUEL BOCATO
DA REPORTAGEM LOCAL
Deveria haver 132 mil profissionais com deficiência atuando no mercado de trabalho
paulista. As empresas, no entanto, têm hoje em seus quadros funcionais 55.321 pessoas
-ou seja, há um déficit de
76.679 vagas para deficientes.
Se a tendência que se desenha atualmente for mantida,
contudo, os postos remanescentes devem ser preenchidos
cada vez mais rapidamente.
É o que indicam dados da
DRT-SP (Delegacia Regional
do Trabalho). Um dos termômetros desse aumento é o número de contratações de maio a
agosto deste ano -foram 8.277,
o que demonstra um crescimento de 17,6% no período.
A chefe de fiscalização da
DRT-SP, Lucíola Rodrigues
Jaime, prevê que, computadas
todas as vagas criadas até o fim
do ano, esse índice seja ainda
maior. Um dos motivos, além
do acompanhamento das empresas pelo órgão, é a criação de
pactos coletivos de trabalho.
As empresas têm dois anos
para contratar a cota mínima.
Os primeiros pactos vencem
ainda neste mês -o que, segundo Lucíola, deve fazer aumentar o número de deficientes
contratados pelas empresas.
"Creio que em cinco anos
consigamos fazer com que as
companhias absorvam esses
132 mil profissionais", estima.
Sinais positivos
O país começa, aos poucos, a
delinear as melhores formas de
trabalhar a inserção de pessoas
com deficiência em seus quadros -e há muito a ser feito.
"A questão [da inserção de
deficientes] ainda não é um aspecto de mercado de trabalho,
de competitividade: é de inclusão social", diz o especialista no
tema João Baptista Ribas.
A avaliação dos especialistas
é a de que há um progresso visível na inserção de deficientes
no campo profissional nos últimos dois anos. "Os avanços são
claros. Há um esforço das empresas e dos órgãos oficiais para
se mobilizar, só que, às vezes,
não vão todos na mesma direção", aponta Ana Maria Barbosa, coordenadora da Rede Saci.
"É importante dar valor ao
que aconteceu, sem se fixar no
que não ocorreu", diz Ribas.
"Hoje, por exemplo, é difícil encontrar universitários com deficiência desempregados."
"A empresa tem de se capacitar também", reforça Barbosa.
Além disso, lembra ela, aumentou muito o número de matrículas de deficientes no ensino
fundamental. "A próxima geração vai conviver com a deficiência de outra forma", prevê.
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