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Carreiras migram para desbravar terreno
Demanda cresce até mesmo para atividades vistas como urbanas
FREE-LANCE PARA A FOLHA
A evolução do mercado de
agronegócios no Brasil tem aberto campo para especialistas de diferentes áreas de atuação, ligados
não só ao manejo da produção
mas também ao planejamento.
Com isso, profissionais que
antes atuavam longe da zona rural têm a oportunidade de ir a
campo e conhecer o funcionamento de todo o ciclo produtivo.
"É o caso dos negociadores de
produtos. Para atuar, eles precisam ter um vasto conhecimento
do mercado, da produção, da sazonalidade", afirma Cláudio Brisolara, do Departamento de Economia da Federação Agrícola do
Estado de São Paulo.
Para José Sidnei Gonçalves, pesquisador científico e coordenador
da Apta (Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios), uma
das profissões que ganham força
com as mudanças no perfil do
agronegócio brasileiro é a engenharia de produção. "Estamos
passando por um período de
grandes ajustes", analisa.
O engenheiro agrônomo Marcos Ravagnani, 37, é um exemplo
do perfil procurado pelo mercado. Para impulsionar os negócios
da família -a cultura de tomates- na região de Campinas (SP),
ele montou um sistema integrado
de produção e distribuição. "Hoje
damos consultoria a outros produtores da região", afirma.
Há espaço até para advogados e
administradores -todos, claro,
com especialização na área.
Mudanças
Como no mundo dos negócios a
estratégia é tudo, áreas como as de
mecanização, de biotecnologia e
de logística também ganham vez.
A mecanização garante às lavouras o aproveitamento máximo da produção, com um prejuízo mínimo à terra. A biotecnologia colabora para a elevação do
padrão de qualidade dos produtos. E a logística, por sua vez, é a
chave no escoamento da produção. "Mas a atuação não é para
qualquer profissional de logística.
Ele precisa estar antenado com as
particularidades do setor", diz
Mônica Bergamaschi, da Associação Brasileira do Agronegócio da
Região de Ribeirão Preto (SP).
Além dessas particularidades, o
mercado de agronegócios passa
por mudanças a todo momento.
Para acompanhar todas essas
alterações, o veterinário Marco
Aurélio Bergamaschi, 32, formado há 12 anos e que trabalha com
bovinocultura, cursa hoje um
doutorado. "Nessa área não dá
para deixar o tempo passar."
Cooperação
Outro indício da "onda verde"
está nas pequenas cooperativas,
que têm se tornado uma ponte
para o intercâmbio de informações entre produtores e profissionais que planejam a produção.
"É a partir das cooperativas que
o pequeno produtor tem acesso
ao mercado exportador, e isso
abre espaço para vários profissionais atuarem", avalia Iris Dinis, da
consultoria de RH Manager.
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