São Paulo, domingo, 18 de janeiro de 2004

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Carreiras migram para desbravar terreno

Demanda cresce até mesmo para atividades vistas como urbanas

FREE-LANCE PARA A FOLHA

A evolução do mercado de agronegócios no Brasil tem aberto campo para especialistas de diferentes áreas de atuação, ligados não só ao manejo da produção mas também ao planejamento.
Com isso, profissionais que antes atuavam longe da zona rural têm a oportunidade de ir a campo e conhecer o funcionamento de todo o ciclo produtivo.
"É o caso dos negociadores de produtos. Para atuar, eles precisam ter um vasto conhecimento do mercado, da produção, da sazonalidade", afirma Cláudio Brisolara, do Departamento de Economia da Federação Agrícola do Estado de São Paulo.
Para José Sidnei Gonçalves, pesquisador científico e coordenador da Apta (Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios), uma das profissões que ganham força com as mudanças no perfil do agronegócio brasileiro é a engenharia de produção. "Estamos passando por um período de grandes ajustes", analisa.
O engenheiro agrônomo Marcos Ravagnani, 37, é um exemplo do perfil procurado pelo mercado. Para impulsionar os negócios da família -a cultura de tomates- na região de Campinas (SP), ele montou um sistema integrado de produção e distribuição. "Hoje damos consultoria a outros produtores da região", afirma.
Há espaço até para advogados e administradores -todos, claro, com especialização na área.

Mudanças
Como no mundo dos negócios a estratégia é tudo, áreas como as de mecanização, de biotecnologia e de logística também ganham vez.
A mecanização garante às lavouras o aproveitamento máximo da produção, com um prejuízo mínimo à terra. A biotecnologia colabora para a elevação do padrão de qualidade dos produtos. E a logística, por sua vez, é a chave no escoamento da produção. "Mas a atuação não é para qualquer profissional de logística. Ele precisa estar antenado com as particularidades do setor", diz Mônica Bergamaschi, da Associação Brasileira do Agronegócio da Região de Ribeirão Preto (SP).
Além dessas particularidades, o mercado de agronegócios passa por mudanças a todo momento.
Para acompanhar todas essas alterações, o veterinário Marco Aurélio Bergamaschi, 32, formado há 12 anos e que trabalha com bovinocultura, cursa hoje um doutorado. "Nessa área não dá para deixar o tempo passar."

Cooperação
Outro indício da "onda verde" está nas pequenas cooperativas, que têm se tornado uma ponte para o intercâmbio de informações entre produtores e profissionais que planejam a produção.
"É a partir das cooperativas que o pequeno produtor tem acesso ao mercado exportador, e isso abre espaço para vários profissionais atuarem", avalia Iris Dinis, da consultoria de RH Manager.


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