São Paulo, domingo, 18 de junho de 2006

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NA SOMBRA DAS DROGAS

Entorpecentes e álcool entram para a mira das empresas

Tuca Vieira/Folha Imagem
Empresas fazem reuniões de orientação sobre uso de drogas


Sesi e governo federal lançam curso a distância gratuito para implantação de programas no trabalho

RAQUEL BOCATO
DA REPORTAGEM LOCAL

Ações de prevenção a drogas e álcool no trabalho devem invadir as empresas ainda neste ano. A partir de experiências bem-sucedidas no Rio Grande do Sul, o Sesi (Serviço Social da Indústria) pretende estender os programas para as indústrias de outros Estados.
Conduzida em parceria com o Unodc (Escritório das Nações Unidas contra Drogas e Álcool), a iniciativa das firmas gaúchas envolveu 54.314 profissionais e gerou a redução de 12,5% no uso de álcool, de 16% no número de fumantes e de 28,7% no de consumo de drogas ilícitas.
Os reflexos desses resultados estão espelhados na produtividade dos trabalhadores: as faltas por doença ou por incapacidade foram reduzidas em 10%, os atrasos caíram 30% e os acidentes causados pelo consumo de drogas diminuíram 34%.
Implementado em 49 firmas do Rio Grande do Sul, o projeto está em fase final de testes em mais 15 Estados do país.
O programa é composto de três comissões -coordenadores, reabilitadores e gestores- e os profissionais ganham cores -verde, amarela ou vermelha. A idéia é permitir que participem de atividades diferentes, em total anonimato, até que recebam o verde -que representa melhor qualidade de vida.
Outra iniciativa tem início no dia 26: em parceria com a Senad (Secretaria Nacional Antidrogas), o Sesi lança um curso a distância para a implementação de ações nas empresas.
Com 40 horas/aula, o programa atenderá 3.000 pessoas, entre gestores e profissionais de RH, nessa primeira fase. Além de ser gratuito, contará com um 0800 e com um chat para que os alunos tirem dúvidas.
"O curso será destinado não apenas às indústrias como também a outras empresas", informa a analista de negócios do Sesi Maria Irani Macedo.
Para o professor da Faculdade de Medicina da USP e coordenador do Grea (Grupo Interdisciplinar de Estudos de Álcool e Drogas), André Malbergier, as iniciativas de conscientização de funcionários são válidas. "Sugerimos que seja adotada uma política que atinja do manobrista ao presidente."
Segundo Malbergier, entre 10% e 15% da população mundial é dependente de álcool. "Quanto mais cedo a doença se manifesta, mais comprometida fica a carreira", sentencia.


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