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GILSON DIPP
Judiciário ficará mais qualificado
Novos critérios para a criação de vagas devem mudar perfil de servidores, afirma ministro corregedor do CNJ
JORDANA VIOTTO
DE SÃO PAULO
O aumento do rigor na
análise dos pedidos de abertura de vagas no Judiciário
não deve reduzir o número
de servidores, segundo afirma o ministro Gilson Dipp,
corregedor do CNJ (Conse-lho Nacional de Justiça).
Na semana passada, ele
apresentou novos critérios
que basearão as decisões
do CNJ para solicitações de
concursos para o Judiciário.
Entre os principais estão a
realidade socioeconômica
da região, os recursos materiais e humanos já existentes
e o custo de operação.
Folha - Qual será a repercussão dos novos critérios nos
concursos do Judiciário?
Gilson Dipp - Os servidores
deverão ser mais qualificados. Na Justiça federal, todos
são concursados, mas ainda
existe muita gente na esfera
estadual sem concurso. As
medidas vão incentivar a realização de concurso, conforme define a Constituição.
Quanto a salários e número
de vagas, haverá mudanças?
Isso não vai acontecer, os
salários são irredutíveis.
Também não deve haver diminuição no número de vagas. Talvez os concursos sejam realizados de forma mais
espaçada, mas ainda há defasagem de servidores, principalmente no Judiciário.
Em relação ao número de servidores, existe um ideal para
o Brasil?
Não chegamos a esse nível
de detalhamento.
O senhor afirma que a informatização do Judiciário acelerará os processos e reduzirá
o trabalho dos desembargadores. Em que fase ela está?
A previsão de conclusão é
de um ano.
Ela levará à redução de quadro?
Deve haver redução no número de técnicos que manuseiam os processos e que darão lugar a analistas.
Então o perfil dos servidores
deve mudar a partir desses
critérios.
Sim, os concursos se voltarão a pessoas mais qualificadas, que têm trabalho mais
próximo dos desembargadores e dos juízes.
Como ficará a distribuição regional dos cargos?
Temos de privilegiar os locais onde não se faz presente
o Estado, como as fronteiras
agrícolas e do agronegócio
das regiões Centro-Oeste e
Norte. [Isso deve acontecer]
mesmo se o número de processos não for tão grande
porque a demanda do cidadão está reprimida.
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