|
Próximo Texto | Índice
MUNDO ACADÊMICO
Temporada de feiras para a promoção de cursos fora do país aquece a procura por estudantes brasileiros
Inscrição para pós no exterior começa agora
RAQUEL BOCATO
DA REPORTAGEM LOCAL
Se quiserem fazer companhia
aos cerca de mil pós-graduandos
brasileiros na Inglaterra ou aos
1.900 na França (segundo as embaixadas e consulados), por
exemplo, os candidatos a mestrado e doutorado no exterior devem
apressar-se. Iniciam agora as inscrições para o próximo ano letivo
das universidades estrangeiras.
A escolha será árdua: na lista de
países, não faltam opções atrativas para os candidatos, e são muitas as variáveis a ponderar. Os governos locais sabem dessas dificuldades. "Não se trata apenas de
escolher a instituição. O estudante
tem de avaliar a cidade em que vai
ficar porque precisa adaptar-se a
condições não encontradas no
Brasil", indica Carla Albuquerque, gerente do British Council.
"Em Newcastle, anoitece às 16h.
Morei numa cidade semelhante e
tive de usar um aparelho emissor
de luz infravermelha para adaptar-me à mudança de luz."
A fim de ajudar os estudantes a
avaliar os prós e contras de cada
localidade -e também de atrair
mais visitantes-, os governos
criaram feiras de promoção. O Canadá, os Estados
Unidos e a França são alguns dos
que, neste mês, reúnem escolas e
faculdades para apresentar seus
cursos a potenciais alunos.
A Austrália é um exemplo de
país que aposta na criação de demanda de mestrandos e doutorandos por cursos no exterior.
Criou neste ano a AEI (Australian
Education International), agência
de promoção do ensino e responsável pela Study in Australia, feira
que reúne no Brasil 20 instituições
de ensino daquele país.
"A meta é aumentar em 50% o
número de brasileiros em cursos
de idiomas, graduação, especialização e pós num prazo de um
ano", anuncia a gerente do AEI,
Priscila Trevisan. Atualmente, há
500 brasileiros em cursos de pós-graduação na terra dos cangurus.
"O ano letivo é o mesmo do brasileiro, os australianos já ganharam sete prêmios Nobel e o destino é considerado referência em
áreas estratégicas, como biotecnologia e ambiente", enumera.
Vantagens
Para atrair a intelligentsia brasileira, os países oferecem uma série de regalias aos estudantes.
Na Nova Zelândia, em 2004, foram criados programas de bolsas
de estudo de pós-graduação.
"Desde julho, doutorandos brasileiros pagam as mesmas taxas que
os neozelandeses", diz Haike
Manning, primeiro-secretário da
Embaixada da Nova Zelândia.
No Reino Unido, estrangeiros
com visto de estudante têm acesso gratuito ao sistema de saúde.
Na Austrália, é permitido trabalhar por até 20 horas semanais.
E, em algumas cidades alemãs,
os acadêmicos têm acesso gratuito ao transporte público.
Mas é a França, onde pós-graduandos contam até com auxílio-moradia, o país que se destaca em
infra-estrutura e benefícios para
os estudos.
O engenheiro químico Carlos
Henrique Lobão Pegurier, 39, escolheu os Estados Unidos para
seu mestrado. "Só o MIT [Massachusetts Institute of Technology]
oferecia, em 1998, um curso que
englobava assuntos como gerenciamento e tecnologia", diz.
"Foi no mestrado que me interessei por outra área, na qual estou até hoje", afirma ele, que trocou a química pelas telecomunicações e tornou-se gerente-geral
no Brasil da empresa Telcordia.
Próximo Texto: Escolha da universidade é decisiva na carreira Índice
|