São Paulo, domingo, 18 de setembro de 2005

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Escolha da universidade é decisiva na carreira

DA REPORTAGEM LOCAL

Afastar-se do país e permanecer, de longe, no mercado de trabalho. Esse é o principal desafio dos brasileiros que partem para outros países em busca de cursos de mestrado e de doutorado.
"O maior custo da viagem não é o valor despendido em mensalidades e taxas, mas o tempo que o profissional permanece sem contato com os empregadores", avalia a sócia-diretora da HuggardCaine, Andrea Huggard-Caine.
Segundo ela, o peso dado pelas empresas aos currículos de candidatos que fizeram pós-graduação "stricto sensu" no exterior depende muito da instituição escolhida e da área de atuação profissional.
"Universidades ruins existem em todas as partes do mundo. Vale mais investir em uma boa universidade no Brasil do que em uma faculdade ruim no exterior", acrescenta Suely Cândido, sócia da Definite Solução em Talentos.
O efeito da escolha malfeita é sentido não só na busca por um emprego mas também no reconhecimento dos estudos. Na década de 1990, cerca de 10 mil brasileiros obtiveram títulos de instituições estrangeiras que operavam no país. Dos 1.000 primeiros diplomas analisados pela Capes, apenas 0,1% foi aprovado.
"O curso deve ter alta qualidade para a validação do diploma. O candidato deve verificar boas opções com pesquisadores brasileiros", diz o diretor de avaliação da Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior), Renato Janine Ribeiro.
Foi o que fez o advogado Luís Fernando Queiroz, 31. Antes de selecionar o mestrado em direito empresarial na Universidade de Chicago, procurou colegas que já haviam passado por lá. "As ótimas referências que tive foram decisivas na escolha", assinala.
Os US$ 60 mil investidos, segundo ele, trouxeram retorno. "Fiz duas entrevistas de emprego na semana passada e o mestrado pesou muito a meu favor", opina.
De acordo com especialistas, durante o período de afastamento a dica é manter-se atualizado sobre o vaivém das condições político-econômicas e dos sobe-e-desce do mercado de trabalho. Permanecer em contato com colegas por meio de e-mails, por exemplo, também é importante.


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