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BANDEIRA ESTRANGEIRA
Empresas revisam política para envio de pessoas ao exterior
Para fugir da crise, forasteiros contatam consultorias
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Muitas empresas -nacionais
e estrangeiras- estão revendo
a necessidade de enviar seus
profissionais para o exterior.
Levantamento realizado em
fevereiro pela consultoria Mercer na América mostra que
42% de 280 companhias declararam que podem ou devem revisar seus programas de transferência de profissionais com o
objetivo de reduzir custos.
Entre as iniciativas, aponta a
consultora Renata Herrera,
está o cancelamento temporário de programas.
Outras ações são a revisão do
tempo de permanência do executivo em terra estrangeira e a
redução de benefícios, como o
auxílio para acomodação e educação -ajustando o contrato ao
de um trabalhador local.
O sócio-presidente da consultoria Odgers Berndtson no
Brasil, Luís Wever, porém, indica uma outra prática das matrizes, mas no sentido inverso.
Segundo ele, com a crise mais
intensa em alguns países, tem
havido um movimento de realocar executivos nas subsidiárias, com salários e benefícios
similares aos de um funcionário local, para evitar demissões.
O Brasil inclui-se como uma
das rotas de destino desses estrangeiros por ter sido menos
impactado que algumas outras
nações na turbulência global.
"Sempre se levaram em consideração [nas empresas] candidatos internos. Essa é uma
oportunidade de manter o emprego", diz Wever. O executivo
fica entre emigrar para outro
país ou perder o emprego em
sua terra natal. "O que é melhor: ficar desempregado ou
permanecer no posto, mas em
outro país?", questiona.
Crise light
Essa suposta resistência do
Brasil no cenário econômico
mundial mostra seus efeitos
nos planos de carreira dos
executivos estrangeiros -e não
apenas por indicação ou sugestão das companhias.
Muitos deles, afirmam consultores, têm contatado agências brasileiras para sondar
oportunidades de trabalho por
aqui. "Principalmente executivos da Europa e dos Estados
Unidos", pontua Wever.
Mesmo quem está em terras
brasileiras e se vê na iminência
de voltar busca recolocação por
aqui, destaca Claudio Garcia,
da consultoria DBM.
O austríaco Manfred Stanek,
39, era um dos que procuravam
emprego no ano passado no
Brasil, onde já morava desde
2006. Em abril, havia pedido
demissão da consultoria na
qual trabalhava. "Estava buscando novos desafios", lembra.
Sem "networking" aqui nem
na Áustria, ele teve de escolher
onde ficar. Sobre sua opção,
Stanek resume: "As oportunidades no Brasil são maiores".
Em agosto já estava recolocado em uma multinacional da
área de construção civil. "Ser
estrangeiro abre portas porque
os brasileiros gostam muito de
quem vem do exterior. No entanto, para as empresas, é um
risco, já que pode haver falta de
adaptação desse profissional à
cultura corporativa", analisa.
20.706
Foi o número de
autorizações concedidas pelo MTE em São Paulo no
ano passado. O Rio de Janeiro ocupa
o segundo lugar na atração de estrangeiros, com 17.266 autorizações
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