S?o Paulo, domingo, 19 de setembro de 2010

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Gehringer recorre a bom humor para falar de carreira

Audiolivro responde dúvidas sobre gerenciamento de equipe, ascensão profissional e mercado de trabalho

DE SÃO PAULO

Durante as quatro horas de "Pergunte ao Max", o articulista Max Gehringer responde a questões sobre carreiras, como em um programa de perguntas e respostas.
O senso de humor do autor e narrador traz ao formato cansativo (no qual ele é, ao mesmo tempo, entrevistador e entrevistado) um pouco mais de leveza. Ele domina os microfones -tem um programa diário na rádio CBN.
Boa parte das dicas são voltadas para um público que está procurando emprego ou insatisfeito dentro da empresa em que trabalha. São abordados temas como o formato do currículo e os riscos de abrir um negócio.
Nas dúvidas dos leitores, situações pelas quais muitos certamente já passaram. Entre elas, as incômodas dinâmicas de grupo, em que, segundo o autor, qualquer reposta é certa, desde que você convença como a sua vai beneficiar a empresa.
Ele exemplifica com o "teste do borrão", em que se mostra uma mancha de tinta ao candidato e pergunta o que ele vê. Quem diz que aquilo é um borrão é classificado como sem imaginação, segundo Gehringer. Uma resposta certa, afirma, seria "vejo um concorrente sendo esmagado pela nossa empresa".
As comparações que Gehringer faz chegam a ser absurdas -como, ao explicar a contratação de funcionários superqualificados para ocupar vagas simples. "A geleia de banana importada da Inglaterra seria uma banana com MBA. O consumidor normal pensaria: "Sempre vou poder comprar bananas, mas não sei se terei a geleia novamente a esse preço"."
Até o oitavo capítulo, a obra parece ser voltada somente para quem busca emprego ou para quem ocupa função de subordinado. No seguinte, contudo, a discussão ganha foco em liderança, chefia, negociação e empreendedorismo. As perguntas passam a ser de pessoas que chefiam ou gerenciam equipes pedindo ajuda para conseguir melhorar seu rendimento na empresa.

MAIS EXTENSAS
A mudança de cidade devido a promoções é uma das questões que ganhou capítulo à parte. Chama a atenção a forma com que o autor pondera sobre como pesar amor e trabalho. Em resposta a um leitor que questiona se deve mudar de cidade ou permanecer na mesma com a noiva, ele é incisivo: "Se você tivesse certeza disso, não teria mandado a pergunta".
Dicas para o comportamento dentro da empresa também ganham destaque na obra, como funcionários que são vistos como "do contra" e colaboradores que são chamados de "ostras", por serem muito fechados. Para Max, a melhor saída para evitar comentários no trabalho é ser cordial e falar pouco, pois "quem fala pouco é sempre ouvido quando fala".
Ouvir os 240 minutos de uma só vez talvez seja um exagero. A obra, no entanto, traz uma divisão bem delineada de capítulos, o que permite ao ouvinte voltar ao ponto que lhe interessa quando quiser. (MV)


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