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EM CABO-DE-GUERRA
Concorrência entre colaboradores tem incentivo corporativo
Programas internos incentivam a competição entre funcionários para motivar e aumentar produtividade
documentos Carlos Fernando
de Azevedo Ferreira
DA REPORTAGEM LOCAL
Muitas vezes, é a companhia
que estimula a disputa entre os
seus profissionais. "A competitividade está relacionada à missão da empresa", indica a coordenadora da área de RH do Senac-SP Bruna Vasconcellos.
O desafio, assinala, é fazer
com que a corporação mantenha um ambiente saudável, em
que os colaboradores sintam-se
motivados. "Um profissional
muito competitivo pode desestruturar a equipe", indica.
Para evitar essa desagregação, algumas empresas formataram projetos que estimulam
a cooperação entre colegas e, ao
mesmo tempo, promovem uma
competição entre eles.
Na Autofax, por exemplo,
os colaboradores formam grupos para sugerir idéias que possam "melhorar a empresa".
No ano passado, o analista de
documentos Carlos Fernando
de Azevedo Ferreira, 26, ao lado de um colega, foi o primeiro
colocado na disputa. Ganhou
um aparelho de DVD da firma.
"Sou competitivo por natureza, mas não estava tão esperançoso [em relação à vitória]",
assinala, acrescentando que
pretende se esforçar para ser o
vencedor da próxima edição.
Segundo ele, é essa a característica que lhe permite aprimoramento constante. Diz, contudo, que essa não é uma barreira
na equipe. "Agimos em grupo."
Primeiro lugar
O programa trimestral desenvolvido pela Wise Up é mais
agressivo. Trata-se de um jogo
entre 130 gestores, que têm
metas a serem cumpridas.
Os "inimigos", no entanto,
estão fisicamente longe -em
geral, há um gestor por unidade, o que faz com que a equipe
da escola se una pela vitória.
"Toda a competição produz
estresse. Isso é natural", opina
Flávio da Silva, da Wise Up.
Ele diz que o "corporate reality show", como, por vezes, se
refere ao programa, "é uma
competição pacífica e sadia".
"O [bom] clima organizacional deve ser mantido", salienta.
Terminado o trimestre, começa uma nova temporada.
O diretor Murilo Bronzeri conta que sua primeira participação no jogo foi "mediana".
Desde 2005, no entanto, tem
sido o único ganhador da competição. Na que termina em dezembro, é o primeiro colocado
e luta pelo tetracampeonato.
Bronzeri diz que fez cerca de
dez amigos por causa do jogo.
Mas que estar em evidência
tem seu lado ruim. "Quando
você se expõe, gera uma série
de conseqüências", despista.
A exigência sobre si mesmo,
em especial depois de três vitórias, também se acentua, segundo o diretor. "O profissional
não pode deixar a cobrança vir
de maneira negativa", destaca.
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