São Paulo, domingo, 19 de novembro de 2006

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EM CABO-DE-GUERRA

Concorrência entre colaboradores tem incentivo corporativo

Programas internos incentivam a competição entre funcionários para motivar e aumentar produtividade

documentos Carlos Fernando de Azevedo Ferreira

DA REPORTAGEM LOCAL

Muitas vezes, é a companhia que estimula a disputa entre os seus profissionais. "A competitividade está relacionada à missão da empresa", indica a coordenadora da área de RH do Senac-SP Bruna Vasconcellos.
O desafio, assinala, é fazer com que a corporação mantenha um ambiente saudável, em que os colaboradores sintam-se motivados. "Um profissional muito competitivo pode desestruturar a equipe", indica.
Para evitar essa desagregação, algumas empresas formataram projetos que estimulam a cooperação entre colegas e, ao mesmo tempo, promovem uma competição entre eles.
Na Autofax, por exemplo, os colaboradores formam grupos para sugerir idéias que possam "melhorar a empresa".
No ano passado, o analista de documentos Carlos Fernando de Azevedo Ferreira, 26, ao lado de um colega, foi o primeiro colocado na disputa. Ganhou um aparelho de DVD da firma.
"Sou competitivo por natureza, mas não estava tão esperançoso [em relação à vitória]", assinala, acrescentando que pretende se esforçar para ser o vencedor da próxima edição.
Segundo ele, é essa a característica que lhe permite aprimoramento constante. Diz, contudo, que essa não é uma barreira na equipe. "Agimos em grupo."

Primeiro lugar
O programa trimestral desenvolvido pela Wise Up é mais agressivo. Trata-se de um jogo entre 130 gestores, que têm metas a serem cumpridas.
Os "inimigos", no entanto, estão fisicamente longe -em geral, há um gestor por unidade, o que faz com que a equipe da escola se una pela vitória.
"Toda a competição produz estresse. Isso é natural", opina Flávio da Silva, da Wise Up.
Ele diz que o "corporate reality show", como, por vezes, se refere ao programa, "é uma competição pacífica e sadia".
"O [bom] clima organizacional deve ser mantido", salienta.
Terminado o trimestre, começa uma nova temporada. O diretor Murilo Bronzeri conta que sua primeira participação no jogo foi "mediana". Desde 2005, no entanto, tem sido o único ganhador da competição. Na que termina em dezembro, é o primeiro colocado e luta pelo tetracampeonato.
Bronzeri diz que fez cerca de dez amigos por causa do jogo. Mas que estar em evidência tem seu lado ruim. "Quando você se expõe, gera uma série de conseqüências", despista.
A exigência sobre si mesmo, em especial depois de três vitórias, também se acentua, segundo o diretor. "O profissional não pode deixar a cobrança vir de maneira negativa", destaca.


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