S?o Paulo, domingo, 20 de fevereiro de 2011

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ESTÁGIOS & TRAINEES

Ex-trainees abandonam empresa após programa

Saída está relacionada a falta de desafio profissional e de plano de carreira

ADRIANA ABREU
DE SÃO PAULO

Os trainees são considerados o futuro da companhia, mas muitos abandonam a empresa logo após o treinamento, apontam consultores entrevistados pela Folha.
Faltam plano de carreira e desafios profissionais, dizem especialistas. "Algumas empresas não sabem o que fazer com os jovens", diz Mariângela Cifelli, gerente da Page Personnel, de recrutamento.
Os entraves começam quando a companhia, para atraí-los, promete o que não consegue cumprir, afirma.
Em alguns casos, os jovens são alocados em cargos que não coincidem com sua área de atuação, "o que os faz buscar colocação em outras empresas", ressalta Carla Esteves, sócia da Cia de Talentos, de recrutamento.
Ser promovida a cargo gerencial após o programa era a expectativa de Francine Silva, 25, ex-trainee do Grupo Pão de Açúcar, que afirma ter deixado a rede varejista por falta de plano de carreira.
Após dez meses de treinamento, Silva foi realocada para um projeto de quatro meses. Incerta quanto ao futuro, aceitou proposta de uma firma que oferecia plano de carreira e salário maior.
"Os trainees ficam ansiosos para ocupar cargos de liderança, mas a empresa não se compromete a oferecer posições gerenciais", destaca a gerente de desenvolvimento do grupo Cristiane Lacerda.

DESMOTIVADOR
"Não saber a área de atuação desmotiva", avalia Silva.
A opinião é compartilhada por Benny Goldenberg, 26. Selecionado como trainee de marketing na Nestlé, foi movido para a área comercial.
A indústria de alimentos, explica Goldenberg, propôs encerrar o programa, que tem dois anos de duração, com seis meses de antecedência para que ele ocupasse o cargo de coordenador de "trademarketing". "Fiquei desmotivado e frustrado com promessas de crescimento."
Ao sair, abriu uma empresa de aluguel de carros antigos para eventos, a Vintage Relíquias Automotivas, ao lado da mulher, Juliana, 25.

SEM VAGA
A profissional também é ex-trainee -participou do programa da General Electric. Segundo ela, saiu por falta de vaga em sua área.
"Ofereceram um posto em vendas, mas não era meu perfil. Queriam que eu esperasse uma vaga abrir."
A Nestlé afirma que, dos 47 trainees selecionados desde 2008, 4 saíram da empresa.
Segundo a assessoria de imprensa da General Electric, os pedidos de demissão após o programa são poucos porque todos os trainees têm plano de carreira. O número, contudo, não foi informado.
É fundamental existir projeto para que o trainee assuma cargo de liderança, segundo Carla Esteves.
Como o que ocorreu com Felipe Camargo, 29, que entrou no programa de 2005 da Whirpool, de eletrodomésticos. Há seis meses, foi promovido a gerente de novos negócios, mas ocupa posição de liderança desde 2006.

Veja programas de trainee no blog Carreiras (carreiras.folha.blog. uol.com.br)


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