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RECURSOS HUMANOS
Talento e cargo se desencontram
Empresas têm dificuldade em posicionar profissionais de acordo com suas competências
JORDANA VIOTTO
DE SÃO PAULO
Profissionais brilhantes
com as competências necessárias para seu trabalho e potencial para se tornarem líderes e assumirem cargos mais
altos são o eldorado dos gestores de recursos humanos.
Uma pesquisa da Bain &
Company obtida com exclusividade pela Folha, no entanto, mostra que o cenário
real é o inverso do desejado:
existe alocação de profissionais de alto potencial em funções menos importantes da
organização, enquanto funcionários menos talentosos
ocupam posições críticas.
Na avaliação de Marcial
Rapela, sócio da consultoria,
a situação se desenhou conforme mercado e empresas ficaram mais complexos.
Operar sem posicionar
pessoas em funções conforme suas características é,
contudo, um risco para a
continuidade do negócio.
Cientes disso, algumas
empresas têm saído em busca de programas de gestão
de talentos. Estudo recente
da Mercer indica que 39%
das organizações pesquisadas contam com modelos
estruturados desse tipo.
Outras 24% estão no processo de implementação. O
restante das empresas
-37%- ainda não adotou
métodos para a questão.
AVALIAÇÃO
"A primeira dificuldade é
definir o tema segundo a realidade da companhia", diz
Elaine Saad, gerente-geral da
Right Management.
No Bradesco, foram definidas as qualidades necessárias para cada atribuição.
Em comum, os funcionários
devem ter facilidade de relacionamento, boa comunicação e espírito de trabalho em
equipe, aponta o diretor de
RH, José Luiz Bueno.
A AmBev também estabelece metas para cada pessoa
de acordo com sua função.
"O progresso é medido por
meio de avaliações semestrais feitas por subordinados,
pares e superiores de cada
profissional", diz Thiago Porto, gerente de desenvolvimento de gente da empresa.
TRANSPARÊNCIA
A Sama, da área de mineração, utiliza metodologia similar. As ferramentas identificaram o gerente de manutenção José Pires Morais, 41,
para seu atual cargo, depois
de dois anos de empresa.
"Na mesma área, temos
um profissional com 34 anos
de casa, mas ele não apresenta o perfil que desejávamos",
explicita Moacyr Melo, gerente de RH.
Segundo Melo, o funcionário foi informado sobre a
chegada de Morais e recebeu
justificativa para a recusa. "A
transparência deve ser parte
da gestão de talentos", diz.
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