São Paulo, domingo, 20 de dezembro de 1998

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Bacharelado Internacional forma o perfil do profissional do futuro
Academia de globalizados

Greg Sallibian/Folha Imagem
Alunos da Escola Suíço-Brasileira de São Paulo, que ensina português, alemão, francês e inglês


LIGIA BRASLAUSKAS
da Reportagem Local

Que tal já sair do colégio com todas as características procuradas hoje no mercado de trabalho? Boa formação, iniciativa, independência, criatividade, fluência em idiomas, facilidade de relacionamento.
Isso é possível nas escolas do país que trabalham com o método IB (Bacharelado Internacional, em inglês), que é oferecido da educação infantil ao ensino médio.
Apesar de não serem direcionadas à educação profissional, essas instituições formam estudantes com os principais requisitos buscados pelas grandes empresas nos candidatos que selecionam.
Já na chamada pré-escola, começam a aprender um novo idioma. Aos 7 anos, estudam matemática e ciências com aulas em alemão, por exemplo. A partir da quinta série, têm lições sobre saúde e meio ambiente. No ensino médio, prestam serviços à comunidade, colaborando com moradores de favelas, asilos e orfanatos.
Nas aulas, os professores dão ênfase a temas como disciplina, organização e análise crítica.
"A idéia é que eles não saiam daqui apenas falando quatro idiomas fluentemente, mas que estejam preparados para viver em qualquer país", diz Raymond Walter Jenni, 53, diretor da Escola Suíço-Brasileira de São Paulo.

Desafios
O sistema IB foi criado na Suíça, há 33 anos, para beneficiar filhos de executivos que tinham de se mudar constantemente de país por causa de seu trabalho. Hoje está presente em 94 países.
"A preocupação era com a educação dos filhos, que não podiam parar de estudar ou sofrer com a adaptação em um país completamente diferente", explica Jenni.
Segundo ele, a intenção das escolas é formar um indivíduo que saiba pensar, seja crítico, não tenha medo de novos desafios e que mantenha a sua consciência ligada aos interesses do grupo. Em outras palavras, é aquilo que se procura nos profissionais hoje em dia.

Mentalidade global
Para a consultora Sofia Esteves, 37, da DM Recursos Humanos, esse tipo de educação certamente vai colocar alunos mais bem preparados no mercado de trabalho.
"É muito mais fácil desenvolver esse tipo de personalidade participando de uma educação que privilegia a mentalidade global", diz.
Segundo a consultora Júlia Alonso, 33, da Passarelli Talentos, só o diploma de uma boa faculdade não é mais o suficiente para o profissional de sucesso. "Seu perfil tem de ser mais completo", explica.



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