São Paulo, domingo, 21 de março de 2010

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Entrevista - Oliver Roethig

Bancários pleiteiam acordo global

Organização negocia com BB, HSBC, Itaú Unibanco e Santander para a universalização de políticas, diz diretor

Unificar os direitos dos trabalhadores do setor bancário em todo o mundo. Essa é a proposta da UniGlobalUnion, uma associação internacional de sindicatos, explica o diretor de finanças, Oliver Roethig. Para isso, diz ele, estão sendo feitos estudos para um acordo global com Santander e HSBC. O segundo passo é a regionalização. "Já estamos conversando com o Banco do Brasil, e nossos colegas estão falando com o Itaú [Unibanco]." Confira, a seguir, trechos da entrevista. (ANDRÉ LOBATO)

 

FOLHA - Como a UniGlobalUnion lida com o problema do assédio moral, uma reclamação constante dos sindicatos bancários no Brasil?
OLIVER ROETHIG
- É um problema em vários países, que deve ser tratado de forma prioritária pelos sindicatos. É uma situação muito difícil de enfrentar se a pessoa está sozinha.

FOLHA - Como o assédio moral entra no acordo global [para unificar os direitos dos trabalhadores]?
ROETHIG
- Estabelecendo o diálogo. O segundo ponto é discutir outros temas, como condições adequadas de trabalho.

FOLHA - Por que os bancos Santander e HSBC [foram escolhidos para o início do diálogo]?
ROETHIG
- Porque são os bancos comerciais e de varejo líderes no mundo.

FOLHA - Eles são piores ou melhores do que os outros [em relação a direitos trabalhistas]?
ROETHIG
- Fizemos uma pesquisa há uns dois anos, e eles estão na média.

FOLHA - Na crise, os bancos receberam muito dinheiro, ajudando a manter o emprego no setor.
ROETHIG
- O dinheiro investido foi importante porque o sistema financeiro é crucial em qualquer mercado. O que temos de garantir é que seja bem gasto. E, não usado para aumentar o salário de poucos executivos. Percebemos que os salários dos executivos têm aumentado, o que não é ético.

FOLHA - Vocês estão fiscalizando esses salários?
ROETHIG
- Estamos comparando e conversando com instituições internacionais, como o FMI, para ter certeza de que o sistema bancário esteja mais consciente dos riscos e adequadamente reconstruído para que isso [uma nova crise] não ocorra novamente.

FOLHA - É possível colocar o Brasil, os EUA e a Ásia no mesmo quadro legal de direitos trabalhistas?
ROETHIG
- As companhias querem ter a mesma identidade em todos os lugares. Isso também pode ocorrer em termos de direitos trabalhistas. Além disso, há elementos dos recursos humanos que são os mesmos em qualquer país. Um exemplo é a avaliação de desempenho.

FOLHA - Além desses dois bancos internacionais, que outros serão alvo da UniGlobalUnion?
ROETHIG
- Estamos conversando com o Banco do Brasil, e nossos colegas locais estão falando com o Itaú [Unibanco]. Os dois são os bancos latino-americanos fundamentais para qualquer acordo regional.


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