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Entrevista - Oliver Roethig
Bancários pleiteiam acordo global
Organização negocia com BB, HSBC, Itaú Unibanco e Santander para a universalização de políticas, diz diretor
Unificar os direitos dos trabalhadores do setor bancário
em todo o mundo. Essa é a proposta da UniGlobalUnion, uma
associação internacional de
sindicatos, explica o diretor de
finanças, Oliver Roethig.
Para isso, diz ele, estão sendo
feitos estudos para um acordo
global com Santander e HSBC.
O segundo passo é a regionalização. "Já estamos conversando com o Banco do Brasil, e
nossos colegas estão falando
com o Itaú [Unibanco]." Confira, a seguir, trechos da entrevista.
(ANDRÉ LOBATO)
FOLHA - Como a UniGlobalUnion
lida com o problema do assédio moral, uma reclamação constante dos
sindicatos bancários no Brasil?
OLIVER ROETHIG - É um problema
em vários países, que deve ser
tratado de forma prioritária pelos sindicatos. É uma situação
muito difícil de enfrentar se a
pessoa está sozinha.
FOLHA - Como o assédio moral entra no acordo global [para unificar os
direitos dos trabalhadores]?
ROETHIG
- Estabelecendo o diálogo. O segundo ponto é discutir outros temas, como condições adequadas de trabalho.
FOLHA - Por que os bancos Santander e HSBC [foram escolhidos para o
início do diálogo]?
ROETHIG
- Porque são os bancos
comerciais e de varejo líderes
no mundo.
FOLHA - Eles são piores ou melhores do que os outros [em relação a
direitos trabalhistas]?
ROETHIG
- Fizemos uma pesquisa há uns dois anos, e eles
estão na média.
FOLHA - Na crise, os bancos receberam muito dinheiro, ajudando a
manter o emprego no setor.
ROETHIG
- O dinheiro investido
foi importante porque o sistema financeiro é crucial em
qualquer mercado. O que temos de garantir é que seja bem
gasto. E, não usado para aumentar o salário de poucos executivos. Percebemos que os salários dos executivos têm aumentado, o que não é ético.
FOLHA - Vocês estão fiscalizando
esses salários?
ROETHIG
- Estamos comparando e conversando com instituições internacionais, como o
FMI, para ter certeza de que o
sistema bancário esteja mais
consciente dos riscos e adequadamente reconstruído para
que isso [uma nova crise] não
ocorra novamente.
FOLHA - É possível colocar o Brasil,
os EUA e a Ásia no mesmo quadro legal de direitos trabalhistas?
ROETHIG
- As companhias querem ter a mesma identidade em
todos os lugares. Isso também
pode ocorrer em termos de direitos trabalhistas. Além disso,
há elementos dos recursos humanos que são os mesmos em
qualquer país. Um exemplo é a
avaliação de desempenho.
FOLHA - Além desses dois bancos
internacionais, que outros serão alvo da UniGlobalUnion?
ROETHIG
- Estamos conversando com o Banco do Brasil, e
nossos colegas locais estão falando com o Itaú [Unibanco].
Os dois são os bancos latino-americanos fundamentais para
qualquer acordo regional.
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