São Paulo, domingo, 21 de março de 1999

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Venda-se
Mostre com uma boa carta de apresentação que você é quem a empresa procura

LIA REGINA ABBUD
da Reportagem Local

Atrair a atenção do selecionador e aumentar a chance de conseguir uma entrevista. É esse o objetivo da carta de apresentação, que todo candidato deve enviar aos recrutadores junto com o currículo.
O documento serve como ferramenta de apresentação -para explicar por que você está enviando o currículo- e também como forma de convencer o selecionador de que você seria uma importante "aquisição" para a empresa.
Por isso o texto da carta pode decidir a sua sorte. Consultores ouvidos pela Folha dizem que uma boa redação não é capaz de esconder falhas no currículo, mas uma mal elaborada pode pôr tudo a perder.

Erros e apelos
O problema é saber exatamente o que e como escrever. Segundo Carlos Diz, sócio-diretor da Spencer Stuart, empresa especializada em contratações, o objetivo principal da carta é chamar a atenção para o que vem a seguir no currículo, em anexo.
Para isso, é importante que o candidato mostre, de maneira honesta e clara, por que tem interesse em trabalhar naquela empresa e naquele cargo.
Portanto, evite aumentar as suas qualidades, abusar dos adjetivos, adotar um vocabulário excessivamente formal ou casual e dar à carta um tom apelativo. "Não adianta prometer nela o que não é confirmado no currículo. Erros de português também são imperdoáveis", avisa Carlos Diz.
Lembre que, mesmo comovido com a carta, ninguém irá chamá-lo se o currículo não atender às expectativas.
"Cartas cheias de emoção não são eficientes porque, já no primeiro contato, o candidato foge da relação profissional, deixando transparecer com mais força a relação pessoal", diz Elaine Saad, sócia da Saad Fellipelli Outplacement, empresa especializada em recolocação de profissionais.
Para Carlos Diz, os candidatos devem evitar frases apelativas -como "estou precisando muito de um emprego"- ou exageradas -do tipo "adoro a sua empresa".

Objetividade
Quanto ao tamanho do texto, o ideal é que a carta tenha entre 10 e 15 linhas, espaço suficiente para dizer o necessário de forma sintética. Utilizar uma linguagem muito formal, cheia de palavras rebuscadas, também não é aconselhável.
Como o currículo é uma ferramenta atemporal, é na carta de apresentação que o candidato deve colocar a data do envio e a assinatura. Currículos nunca são assinados.
Os modelos de carta também precisam ser montados de acordo com a situação (quando houve um anúncio para a vaga, por exemplo).



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