|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
FOGO AMIGO
Motivo de saída do gestor deve ser informado ao grupo
Líder deve preparar o time para que tenha integração e autonomia
DA REPORTAGEM LOCAL
Se a chegada de um novo
chefe causa impacto na equipe
que será liderada, a saída dele
do time anterior tampouco é
isenta de comentários e de
reações diversas.
Segundo o consultor Luiz
Concistré, da DBM, é importante que o gestor faça da sua
demissão um ato transparente
com os superiores e com a equipe que ele irá deixar.
"É um código de conduta que
ajuda a deixar as portas abertas.
O mais comum é que ninguém
do time saiba por que o chefe
saiu", comenta.
O publicitário Dominic de
Souza, 37, conta que, ao deixar
a empresa anterior para assumir a gerência da multinacional holandesa DQ&A, foi muito
sincero com seus superiores.
"Sempre deixei claro que
queria migrar da área comercial para a de gestão. Por isso,
quando saí, não houve nenhuma surpresa", conta. "O ditado
em inglês "walk your talk" [faça
o que fala] resume o que eu
acho essencial no trabalho."
Para a executiva J.S., a comunicação de sua saída à equipe já
estava em sua agenda. Após ter
alinhado um plano de ação com
seu diretor, dirigiu-se ao grupo.
"Expliquei a eles que, em
razão de novas etapas pessoais,
não seria mais possível continuar na empresa. Acredito que
meu maior legado tenha sido
deixar um time mais forte dentro da organização", avalia.
Independentes
Preparar a equipe para que
ela tenha uma autogestão é o
papel de todo líder, independentemente de sua permanência no cargo, diz a consultora
Maria de Fátima Ohl Braga.
Segundo ela, a movimentação faz parte do mundo do trabalho. O importante, ressalta, é
reforçar e integrar o time, além
de apontar as pessoas que estão
preparadas para assumir posições de mais responsabilidade.
Concistré acrescenta que o
bom líder coloca a possibilidade de transição como parte do
jogo e promove a autonomia do
grupo, não a sua dependência.
Mas, se o chefe é uma pessoa
muito querida, sua saída da
empresa fatalmente causa na
equipe uma sensação de luto,
o que pode dificultar a aceitação do substituto, na visão de
Jucila Gosling, consultora da
Watson Wyatt Worldwide.
"Agora, se o chefe tido como
carrasco sai, a sensação é de alívio, apesar de isso não eliminar
a insegurança em relação ao
próximo gestor."
(MCN)
Texto Anterior: Dano moral pode ser confundido com incapacidade de gestão Próximo Texto: Frase Índice
|