São Paulo, domingo, 21 de setembro de 2008

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FOGO AMIGO

Motivo de saída do gestor deve ser informado ao grupo

Líder deve preparar o time para que tenha integração e autonomia

DA REPORTAGEM LOCAL

Se a chegada de um novo chefe causa impacto na equipe que será liderada, a saída dele do time anterior tampouco é isenta de comentários e de reações diversas.
Segundo o consultor Luiz Concistré, da DBM, é importante que o gestor faça da sua demissão um ato transparente com os superiores e com a equipe que ele irá deixar.
"É um código de conduta que ajuda a deixar as portas abertas. O mais comum é que ninguém do time saiba por que o chefe saiu", comenta.
O publicitário Dominic de Souza, 37, conta que, ao deixar a empresa anterior para assumir a gerência da multinacional holandesa DQ&A, foi muito sincero com seus superiores.
"Sempre deixei claro que queria migrar da área comercial para a de gestão. Por isso, quando saí, não houve nenhuma surpresa", conta. "O ditado em inglês "walk your talk" [faça o que fala] resume o que eu acho essencial no trabalho."
Para a executiva J.S., a comunicação de sua saída à equipe já estava em sua agenda. Após ter alinhado um plano de ação com seu diretor, dirigiu-se ao grupo.
"Expliquei a eles que, em razão de novas etapas pessoais, não seria mais possível continuar na empresa. Acredito que meu maior legado tenha sido deixar um time mais forte dentro da organização", avalia.

Independentes
Preparar a equipe para que ela tenha uma autogestão é o papel de todo líder, independentemente de sua permanência no cargo, diz a consultora Maria de Fátima Ohl Braga.
Segundo ela, a movimentação faz parte do mundo do trabalho. O importante, ressalta, é reforçar e integrar o time, além de apontar as pessoas que estão preparadas para assumir posições de mais responsabilidade.
Concistré acrescenta que o bom líder coloca a possibilidade de transição como parte do jogo e promove a autonomia do grupo, não a sua dependência.
Mas, se o chefe é uma pessoa muito querida, sua saída da empresa fatalmente causa na equipe uma sensação de luto, o que pode dificultar a aceitação do substituto, na visão de Jucila Gosling, consultora da Watson Wyatt Worldwide.
"Agora, se o chefe tido como carrasco sai, a sensação é de alívio, apesar de isso não eliminar a insegurança em relação ao próximo gestor." (MCN)


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