O maior desafio da firma é implementar plano originado da pesquisa

ANDRÉ LOBATO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Empresas que encaram pesquisas de clima organizacional de maneira estratégica conseguem melhor desempenho em relação aos concorrentes diretos e melhor rentabilidade do produto líquido.
Levantamento feito pela consultoria Watson Wyatt Worldwide aponta que 58% das firmas que classificam essa pesquisa como "estratégica" estão acima da concorrência.
Um quinto das empresas que consideram a ferramenta "crítica ou estratégica" tem rentabilidade maior do que a dos concorrentes, enquanto menos de um décimo das que dão "alguma importância" à pesquisa tem essa vantagem.
O levantamento da consultoria foi realizado neste ano com 194 empresas com faturamento de R$ 1 bilhão e 2.300 funcionários, em média.

Aquiles
O maior desafio, porém, é implementar os planos desenvolvidos a partir das pesquisas: só 22% das firmas concluem mais de 75% do planejado.
Na opinião de Carlos Siqueira, diretor de capital humano da Watson, a gestão do clima organizacional tem três fases: pesquisa, análise e implementação do planejamento.
"A implementação dos projetos é o calcanhar-de-aquiles do clima organizacional. Dar os primeiros grandes passos é rápido. Mas avançar do bom para o ótimo é difícil", aponta.
"A pesquisa de clima diz respeito a um determinado momento. Se você demorar muito para consolidar os resultados, o clima poderá estar diferente", comenta Sylvia Vergara, professora de estudos organizacionais da Fundação Getulio Vargas do Rio de Janeiro.
Segundo o levantamento, 46,6% das decisões de investigar o clima organizacional são do presidente ou do conselho executivo -um crescimento de 11,6 pontos percentuais em relação aos resultados de 2006.
Entretanto, ainda há resistência em associar o resultado do clima ao salário dos líderes: 57% das empresas não pretendem usar o resultado da pesquisa na remuneração.


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