|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
MEDICINA
Geriatria e genética têm mais espaço
Entre as outras especialidades com vagas estão radiologia, dermatologia e pediatria
CRISTINA MORENO DE CASTRO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
"A profissão do médico está
num momento muito bom", assegura o clínico-geral Eduardo
Santana, vice-presidente da
Federação Nacional dos Médicos. Só no Estado de São Paulo,
segundo o Cremesp (Conselho
Regional de Medicina do Estado), há 136 municípios onde
não existe nenhum médico.
A carência de profissionais
significa oportunidade de trabalho para os 331.963 médicos
ativos registrados no CFM
(Conselho Federal de Medicina) e para os mais de 10 mil que
se formam por ano, segundo o
último censo do MEC (Ministério da Educação), de 2006.
Boa parte dessas vagas está
no interior dos Estados, mas
mesmo nas capitais há chances
em algumas especialidades. As
áreas em destaque, segundo especialistas entrevistados pela
Folha, são radiologia, geriatria,
dermatologia, cirurgia plástica,
genética, saúde da família, pediatria e neurocirurgia.
No atendimento de emergência, há ainda espaço para
clínicos, ortopedistas, ginecologistas e anestesiologistas.
As razões do crescimento de
cada uma diferem. Para Aldemir Soares, primeiro-secretário da AMB (Associação Médica Brasileira), "a busca da população por se tornar cada vez
mais jovem e bonita aumenta a
demanda pela cirurgia plástica
e pela dermatologia".
Fato que motivou um alerta,
em agosto, do CFM, da AMB e
do MEC dizendo que a medicina estética não é uma especialidade reconhecida -ou seja, os
procedimentos que ela oferece
devem ser feitos pela cirurgia
plástica ou pela dermatologia.
Outro consenso na área é de
que o envelhecimento da população exige mais geriatras. Elina Kikuchi, diretora da Sociedade Brasileira de Geriatria e
Gerontologia, estima que haja
apenas 800 geriatras em todo o
Brasil. Por ano, são ofertadas
somente 52 vagas de residência
médica em geriatria no país.
O Projeto Genoma Humano
e a liberação de estudos com células-tronco fazem com que a
genética se desenvolva. Hoje,
entretanto, há só 24 especialistas na área no Estado de São
Paulo, diz o Cremesp.
Mas são principalmente os
biomédicos que atuam nesses
projetos, por trabalharem com
pesquisa e diagnóstico.
"A biomedicina é uma linha
entre a biologia e a medicina.
Estamos inseridos em todas as
áreas da medicina, mas por trás
da bancada, já que não podemos clinicar", diz Juliana Cuzzi, 29, formada em biomedicina
e doutora em genética médica.
Ela presta consultoria científica à Genesis Genetics Brasil,
num trabalho ligado às clínicas
de reprodução assistida.
Juliana aposta no crescimento de sua área: "Ou a gente investe no nosso próprio conhecimento ou vamos ter sempre
de investir comprando o conhecimento dos outros".
Apesar das oportunidades e
dos bons salários, os médicos
costumam ter uma carga horária mais pesada que outros profissionais. Estudo da Fundação
Getulio Vargas, de 2008, os coloca no topo do ranking de média salarial do país, com o valor
de R$ 4.612,50. Mas atesta que
47,91% deles têm jornada dupla. Segundo pesquisa do Cremesp, 30% dos médicos paulistas trabalham mais de 60 horas
por semana.
Essa perspectiva não assusta
a vestibulanda paulistana Michelle de Queiroz, 21: "Sabe
aquela profissão que te fascina?
Você vê o paciente evoluindo".
Texto Anterior: [+] Profissional: Temos de saber lidar com as pessoas Próximo Texto: Saiba mais Índice
|