São Paulo, domingo, 22 de junho de 2008

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Análise

Estrangeiros se dividem entre imigrantes e expatriados

CÁSSIO AOQUI
ENVIADO ESPECIAL A DUBAI

Uma ilha da fantasia cheia de paradoxos. Essa é a primeira -e, por vezes, também a última- imagem de muitos que viajam a Dubai, seja a turismo, seja por razões profissionais.
Em pleno deserto, entre imensos jardins regados com água em fartura, não há nada de prosaico no mais conhecido dos Emirados Árabes Unidos.
O maior shopping do mundo, sob a mais alta torre do planeta; o único hotel que se autoproclama sete estrelas; o maior parque temático da história. Nesse território islâmico quase nada conservador em comparação com a Síria, a Jordânia ou o Irã, o superlativo brota do que há algumas décadas era areia.
O governo local orgulha-se em dizer que 1 em cada 5 gruas em atividade no mundo hoje está em Dubai. Para sustentar esse crescimento -não necessariamente sustentável-, uma horda de profissionais chega diariamente de várias partes.
Há, contudo, uma nítida distinção de classes entre os estrangeiros. De um lado, estão os imigrantes, sobretudo filipinos, indianos e paquistaneses, com salários de menos de US$ 300 mensais na construção civil.
Do outro, os expatriados, que dividem com os árabes as benesses dos petrodólares.
Nos quilométricos shoppings do emirado, impossível não notar as "Janes", como são apelidadas as mulheres dos executivos, que se desdobram entre compras e chás com as colegas.
O viajante atento no vôo da Emirates, contudo, percebe nas entusiasmadas conversas de brasileiros que cruzam o Atlântico para trabalhar uma camada intermediária. São profissionais do "middle management", que ainda terão a tarefa de desvendar em que lugar ficarão nessa escala de extremos.


O jornalista viajou a convite da WTTC


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