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São Paulo, domingo, 23 de março de 2003

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CARREIRA EM PÉ DE GUERRA

Setor de "outplacement" prevê crescimento

FREE-LANCE PARA A FOLHA

Consultorias especializadas em "outplacement" -que envolve do planejamento de demissões à recolocação dos demitidos no mercado de trabalho- apostam no aumento da procura pelo serviço, apesar da guerra no Iraque.
Consultores ouvidos pela Folha dizem que não esperam grandes alterações em consequência da guerra e trabalham com a perspectiva de crescimento do setor em razão de "demissões estratégicas" -feitas para aumentar a produtividade, não necessariamente para cortar custos.
Segundo o consultor Laerte Cordeiro, conselheiro da Aparh (Associação Paulista de Administração de Recursos Humanos), embora mais empresas estejam investindo em "outplacement" ao fazerem grandes cortes, é comum que, quando querem de fato reduzir custos, também evitem gastar com a recolocação.
"Apesar da guerra, que cria indefinição, a aposta é que as empresas, para escapar da crise, façam substituições em seus quadros para melhorar o desempenho. É aí que nós entramos."
Gilberto Guimarães, diretor da BPI no Brasil, explica que o grande mercado das consultorias desse tipo são as empresas que estão mudando seu perfil, participando de fusões e se reestruturando.
"Quando é feita uma mudança, podemos dizer que há os que caem do caminhão de transporte. Nós aprendemos a recolocá-los."
Essas "mudanças", de acordo com Guimarães, fazem parte de um processo de encolhimento da estrutura do mercado, por isso uma guerra não faria grandes estragos no setor. "É transformação estrutural, não conjuntural."
Os consultores citam o exemplo das companhias aéreas TAM e Varig, que anunciaram um projeto de fusão. Para eles, isso significa um só presidente, menos diretores e mercado para recolocação.
"Valores de impostos são capazes de produzir efeitos maiores nesse mercado do que uma guerra", declara Márcio Miranda, diretor-executivo do grupo Towsend na América Latina.

Salário
É comum que o serviço de outplacement seja remunerado pelo valor de um salário do empregado demitido, sobretudo se ele for um executivo. "O custo é muito baixo para a empresa, com um benefício muito grande", diz Miranda.
Segundo os consultores, empresas também estão começando a investir na recolocação de funcionários que ocupam cargos técnicos, sobretudo quando demitem muitas pessoas de uma vez. Nesse caso, outro preço é combinado.
(BRUNO LIMA)


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