São Paulo, domingo, 23 de julho de 2000


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TRABALHO DE RISCO

Salário e emprego formal "não estão no gibi"



FREE-LANCE PARA A FOLHA

Nada de férias e horário fixo. Carteira assinada, raramente. Quem quer ganhar a vida desenhando deve se preparar para entrar em um mercado que já instituiu o uso de free-lancers. Ou seja, você geralmente ganha de acordo com o volume que produz.
"Os acomodados não se adaptam", adianta o quadrinista e ilustrador Osnei Furtado da Rocha, o Roko, 47, no mercado há 28 anos.
Para ele, há diversas opções de atuação. "O mercado de gibis está mais fechado, porém há o quadrinho editorial (jornais e revistas), o publicitário, a ilustração de livros didáticos e outras opções", diz.
Difícil é convencer a família de que o trabalho é sério e dá retorno financeiro. "Meu pai sempre me cobrava um emprego "de verdade'", lembra Luciano Queiroz, 28.
Assinando como Luke Ross, ele chegou a desenhar o consagrado Homem-Aranha para gibis dos Estados Unidos. Hoje é um dos sócios da Impacto Quadrinhos, que dá cursos profissionalizantes e faz projetos no Brasil e nos EUA.
Desenhista profissional há 20 anos, Álvaro Omine, 38, diz que, com os cursos e a Internet, o caminho está "mais fácil" para quem quer começar. "Mas é preciso dedicação e autocrítica."
"Num país em que não há muitos empregos formais, os quadrinhos podem ser uma boa opção", diz Waldyr Igayara, 65, um dos primeiros desenhistas brasileiros a assinar quadrinhos Disney.
Criador da personagem Aline e veterano dos quadrinhos, o desenhista Adão Iturrusgarai, 35, dá dicas para quem quer se dar bem na área: "Tem de desenhar muito. Até criar um estilo próprio, é importante observar vários artistas. E não basta um bom desenho, é preciso ter o que contar. Para isso, recomendo ler sempre".


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