São Paulo, domingo, 23 de julho de 2006 |
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ACIMA DA MÉDIA Notas altas impulsionam carreira
Bons alunos garantem vaga no mercado de trabalho graças ao desempenho acadêmico LUISA PAIVA COLABORAÇÃO PARA A FOLHA Rechear o currículo de um recém-formado com informações relevantes para o mercado é quase sempre um desafio. Sem histórias profissionais, o que sair do básico pode ser considerado um diferencial. Há, porém, empresas que não dão tanto valor a cursos extracurriculares, ações de voluntariado e aulas de idioma, utilizados por candidatos para turbinar o documento. O que importa para elas são as notas obtidas durante a graduação. "Muitas companhias entram em contato com instituições de ensino para pedir uma lista de melhores alunos", explica a consultora de RH da Catho Meire Fujimoto. É com a lista desses candidatos, diz ela, que as empresas fazem a seleção. Na consultoria Ernst & Young, por exemplo, os melhores alunos dos cursos de ciências contábeis da USP (Universidade de São Paulo) e da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), além de receberem prêmios em dinheiro, pulam etapas do processo de seleção de trainees -que tem 30 vagas para 30 mil candidatos. A diretora de RH, Elisa Carra, justifica a procura por esse perfil de estudante: "São esforçados e responsáveis. Sabemos que têm conhecimento e fazemos só uma entrevista de inteligência emocional". Silvio Takahashi, 33, gerente sênior da consultoria, foi um dos premiados em 1993, quando era aluno da FEA-USP (Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade). "Fui reconhecido nos estudos, e minha carreira vem crescendo rápido. Embasamento técnico e envolvimento fazem um bom profissional", avalia. Algumas empresas sabem que a bagagem teórica é primordial para o desempenho da função. Elas podem até dispensar o ranking dos melhores alunos, mas não abrem mão de um histórico escolar repleto de notas máximas. É o caso da Chemtech (tecnologia da informação), que faz a primeira triagem de profissionais tomando como bases currículo e histórico escolar. "Adotamos as boas notas como fator de corte porque temos muitos candidatos participando dos processos seletivos", esclarece a gerente-geral de operações, Denise Cardoso, que teve média ponderada de 8,5 durante a faculdade. Segundo ela, experiências como participação em empresa júnior ou em ações voluntárias são sempre bem-vindas. Porém, ressalta: "Outras atividades não impedem boas notas". Em vão O desempenho escolar, contudo, não é sinônimo de emprego garantido no fim do curso. Primeira colocada no vestibular para fonoaudiologia na Unifesp (Universidade Federal de São Paulo) e com maior média ponderada da turma em 2000, Cristina Ramos, 27, agregou ao currículo pesquisas, estágio e mestrado. "Gosto das matérias e queria aprender tudo o que conseguisse." Após nove anos de esforço, no entanto, quase desistiu da carreira. "Não queria ser autônoma. Fui cursar administração hospitalar", lembra Ramos. Seis meses depois, foi chamada para atuar em fonoaudiologia em um hospital. "Achei que não conseguiria." Colaborou RAQUEL BOCATO, da Reportagem Local Próximo Texto: Prêmios são valorizados por selecionadores Índice |
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