São Paulo, domingo, 23 de setembro de 2007

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Estágios e trainees

Experiência é diferencial de quem deixa para concorrer na última hora

MARIANA DESIMONE
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Para muitos universitários, o último semestre do curso é o mais aguardado não só em razão do término da graduação mas também pela possibilidade de tentar uma vaga como trainee de grandes empresas.
Mas há recém-formados que escolhem o caminho oposto: trabalham, viajam ou estudam e, perto do limite de dois anos de conclusão da graduação -estabelecido por companhias que recrutam trainees-, inscrevem-se nos programas.
Essa foi a estratégia de Gilvandro Neto, 29, atualmente trainee da Johnson & Johnson.
"Sabia que uma vivência no exterior enriqueceria meu currículo. Era importante para crescer na carreira", conta.
Logo após se formar em marketing, Neto passou nove meses trabalhando nos Estados Unidos. Quando regressou ao Brasil, voltou ao setor de telecomunicações, no qual já trabalhara. "Mesmo empregado, decidi que queria ser trainee."
Para ele, a pausa depois dos estudos foi essencial na hora de enfrentar o processo seletivo. "A experiência no exterior me qualificou não só com o idioma, mas ajudou-me também a ser mais flexível e dinâmico", diz.
Anna Laura Linkewitsch, 25, é outra que só preencheu formulários para seleção de trainees dois anos após formar-se em administração. "Trabalhava na empresa em que havia estagiado, mas queria mais. Larguei o emprego para me dedicar aos concorridos processos", conta.
Trainee da Eternit, Linkewitsch diz, contudo, que ficou apreensiva com a possibilidade de não obter uma colocação.
"Havia insegurança, mas, com minha experiência, estava bem preparada para o desafio."
Para não correr esse risco, Adriana Rosa, diretora da Across Gestão de Carreiras, aconselha os jovens a se inscreverem nos programas desde cedo. "Trainee é como vestibular. Deve-se tentar o quanto antes para se sentir seguro quando a hora certa chegar."

Treinamento interno
Tornar-se trainee "fora do prazo" também é possível por meio de recrutamento interno. Foi assim que Ângela Scott, 30, pleiteou vaga no processo do hotel Pestana. Formada em um curso técnico de alimentos e bebidas, Scott tinha vantagem de ser conhecida como líder.
"Eu sabia que, mesmo sem grandes empresas no currículo, eu tinha a vivência como maior diferencial", conta.

Texto Anterior: Mulheres vêem na competição viés mais negativo do que homens
Próximo Texto: Frases
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.