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Estágios e trainees
Experiência é diferencial de quem deixa para concorrer na última hora
MARIANA DESIMONE
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Para muitos universitários, o
último semestre do curso é o
mais aguardado não só em razão do término da graduação
mas também pela possibilidade
de tentar uma vaga como trainee de grandes empresas.
Mas há recém-formados que
escolhem o caminho oposto:
trabalham, viajam ou estudam
e, perto do limite de dois anos
de conclusão da graduação
-estabelecido por companhias
que recrutam trainees-, inscrevem-se nos programas.
Essa foi a estratégia de Gilvandro Neto, 29, atualmente
trainee da Johnson & Johnson.
"Sabia que uma vivência no
exterior enriqueceria meu currículo. Era importante para
crescer na carreira", conta.
Logo após se formar em marketing, Neto passou nove meses trabalhando nos Estados
Unidos. Quando regressou ao
Brasil, voltou ao setor de telecomunicações, no qual já trabalhara. "Mesmo empregado, decidi que queria ser trainee."
Para ele, a pausa depois dos
estudos foi essencial na hora de
enfrentar o processo seletivo.
"A experiência no exterior me
qualificou não só com o idioma,
mas ajudou-me também a ser
mais flexível e dinâmico", diz.
Anna Laura Linkewitsch, 25,
é outra que só preencheu formulários para seleção de trainees dois anos após formar-se
em administração. "Trabalhava
na empresa em que havia estagiado, mas queria mais. Larguei
o emprego para me dedicar aos
concorridos processos", conta.
Trainee da Eternit, Linkewitsch diz, contudo, que ficou
apreensiva com a possibilidade
de não obter uma colocação.
"Havia insegurança, mas,
com minha experiência, estava
bem preparada para o desafio."
Para não correr esse risco,
Adriana Rosa, diretora da
Across Gestão de Carreiras,
aconselha os jovens a se inscreverem nos programas desde cedo. "Trainee é como vestibular.
Deve-se tentar o quanto antes
para se sentir seguro quando a
hora certa chegar."
Treinamento interno
Tornar-se trainee "fora do
prazo" também é possível por
meio de recrutamento interno.
Foi assim que Ângela Scott, 30,
pleiteou vaga no processo do
hotel Pestana. Formada em um
curso técnico de alimentos e
bebidas, Scott tinha vantagem
de ser conhecida como líder.
"Eu sabia que, mesmo sem
grandes empresas no currículo,
eu tinha a vivência como maior
diferencial", conta.
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