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TÁTICA
Desafio é expandir atuação sem se tornar superficial
Mercado procura especialista versátil
LIGIA BRASLAUSKAS
da Reportagem Local
Qual é o melhor caminho para se
tornar um profissional disputado
no mercado de trabalho: seguir
uma carreira de especialista e virar
perito em uma única área ou abraçar novos conhecimentos para conhecer um pouco de tudo?
A decisão pode definir sua sorte
no futuro. Um generalista, que entende de vários assuntos e, como se
diz no futebol, joga em várias posições, tem à disposição um leque
maior de opções na empresa.
Isso significa mais chances de
promoção e, em caso de corte de
pessoal, a possibilidade de um remanejamento de cargo.
Mas também existe o risco de o
profissional adquirir uma noção
tão superficial de tudo que acaba se
tornando uma peça descartável
dentro da empresa.
Já um especialista pode passar a
ser remunerado a peso de ouro se
for um exímio conhecedor de sua
área. Mas, se a empresa deixar de
ter interesse naquele ramo ou se a
função for, por acaso, extinta, terá
chances restritas de optar por um
trabalho em um cargo diferente.
Por esses motivos, o caminho sugerido por consultores é mesclar as
vantagens de ser especialista e as
de ser generalista.
Oportunidades
Embora o mercado esteja mirando profissionais que tenham facilidade de atuar em áreas diversas,
eles garantem que há espaço para
os "experts" em um só assunto.
O mais indicado é se especializar
no ramo de interesse e buscar
aprender tudo o que for possível
sobre áreas que estejam relacionadas ao trabalho do dia-a-dia.
Segundo Simon Franco, 58, consultor e "headhunter" (caçador de
talentos para empresas), hoje em
dia, até os especialistas precisam
estar atentos às informações que
possam beneficiar ou facilitar o seu
próprio trabalho.
"Um cientista precisa ter conhecimentos sobre custos para saber
se, financeiramente, o projeto é
viável. O mesmo se aplica a um especialista em criação de software",
avalia Simon.
Mas ele diz que o mercado está
aberto para os bons profissionais,
independentemente de a carreira
estar voltada para o estilo generalista ou para o especialista. "O mercado só não absorve amadores."
'Ou' versus 'e'
Para os consultores, o dilema de
especializar-se ou não pode ser só
uma questão de escolha pessoal.
"Todos começam como especialistas, afinal é para isso que os estudantes se preparam quando entram na faculdade", afirma Ugo
Barbieri, 59, "headhunter" e consultor da Arthur Andersen.
Segundo ele, fazer uma opção definitiva no início da carreira é difícil porque o profissional ainda não
conhece profundamente o lado
prático da sua função.
"Muitos descobrem habilidades
excepcionais para trabalhar em setores que, antes, não despertavam
nenhum interesse", afirma.
O consultor Simon Franco ressalta que, há dez anos, na hora de
escolher um rumo na carreira, os
jovens precisavam optar por seguir uma área ou outra, como administração ou engenharia.
"Agora é diferente. O "ou' foi
substituído pelo "e'. O ideal é fazer
uma soma de conhecimentos, como graduação em economia e pós-graduação em marketing."
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