São Paulo, domingo, 24 de janeiro de 1999

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Empresa 'fabrica' equipe generalista

da Reportagem Local

As mudanças ocorridas nos últimos tempos no mercado de trabalho, como o "downsizing" (enxugamento do quadro de funcionários) e a tendência de o profissional assumir várias funções, estão transformando as empresas em grandes escolas de generalistas.
Como isso acontece? Por meio de programas que algumas empresas chamam de "job rotation", ou seja, métodos que proporcionam ao profissional a oportunidade de atuar em outras áreas. É o mesmo que se faz com os trainees.
Segundo a consultora Lizete Araújo, 40, vice-presidente do Grupo Catho, os programas de trainees são pioneiros na formação de generalistas porque preparam o jovem para trabalhar em campos relacionados à sua formação.
Maria Estela da Silva Cardeal, 45, gerente de recrutamento e desenvolvimento da Nestlé, conta que a empresa adota esse lema.
"Queremos que o executivo se especialize cada vez mais na sua área, mas se preocupe em observar o que se passa ao seu redor."
A Phillip Morris é outra empresa que valoriza e incentiva a formação de profissionais generalistas, de acordo com Augusto Nacarini, 47, vice-presidente de RH da companhia para o Mercosul.
Segundo ele, os profissionais com facilidade de adaptação e relacionamento são estimulados a passar por outros ramos.
Para Francisco Paternostro Neto, 47, gerente de RH agrícola da Du Pont do Brasil, as chances para os profissionais especialistas e generalistas são as mesmas, contanto que estejam preocupados em desenvolver a carreira de acordo com a filosofia da empresa. Segundo ele, na área onde atua, é comum contratar candidatos mais especializados. "Nosso trabalho é setorizado. Até um gerente de vendas tem de entender do setor agrícola."
Para o consultor Simon Franco, os especialistas têm vaga garantida, mas isso não é o bastante.
"Se ele trabalha em um laboratório, não vai perder seu emprego porque não conhece finanças ou administração. Mas pode perder uma promoção a gerente, se não se interessar pelo assunto", diz.
"Só que também não adianta querer se tornar um generalista "fabricado' apenas para ser aceito no mercado", completa a consultora Lizete Araújo.



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