São Paulo, domingo, 24 de julho de 2005

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Recém-formados seguem rumos alternativos

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Assim como os graduandos encontram novas opções profissionais, alguns médicos recém-formados seguem rumos diferentes: nem todos ingressam na residência ao terminarem a faculdade.
É o caso de Ana Gabriela Duarte. A universitária de 25 anos formou-se em 2004 na Unicamp e preferiu tentar o mestrado em biologia a prestar o exame para tornar-se residente médica.
"Pensei em especializar-me em pediatria, mas, ao longo do curso, percebi que não gostava da parte invasiva", afirma a mestranda, que credita a mudança de planos à falta de experiência prática durante os estudos. "Se tivesse visto de perto a rotina de um médico, teria obtido uma noção mais completa e real da profissão."
Para ela, muitos acabam optando pela residência devido a uma necessidade de corresponder às expectativas. "É natural que pais, amigos e parentes esperem que se exerça a profissão como um médico tradicional", avalia.
A maioria segue mesmo esse caminho. Mas nem todos conseguem passar no exame de residência logo que se formam.
"O teste é mais concorrido do que vestibular", constata Fabio Tambascia, 29, residente da área de patologia clínica do Hospital das Clínicas da Unicamp.
Por causa da concorrência, Tambascia optou por não inscrever-se no exame logo que se formou e decidiu atuar como médico de família. "Durante um ano, fui plantonista de um programa em que fazia visitas às famílias. Nesse período, até juntei dinheiro e comprei um carro", conta. Segundo ele, somente após essa experiência se sentiu seguro para enfrentar o disputado exame.


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