UOL


São Paulo, domingo, 24 de agosto de 2003

Próximo Texto | Índice

PRESSA DE APRENDER

Alunos de cursos sequenciais começam a competir com graduados "normais" nas seleções de pessoal

Formados em 2 anos já disputam mercado

Roberto Assunção/ Folha Imagem
Juliano Cordeiro fez curso de dois anos e trabalha em hotel


BRUNO LIMA
FREE-LANCE PARA A FOLHA

Experiência e foco definido -características valorizadas pelo mercado- são as armas dos profissionais que passaram pelas primeiras turmas de cursos superiores rápidos (de dois anos) para concorrer com quem ficou pelo menos quatro anos na faculdade.
Formados nos primeiros cursos sequenciais (regulamentados em 1999, mas sem status de graduação) ou nos tecnológicos (que incluem opções de graduação em dois anos), optaram pela maneira mais rápida de pôr as mãos em um diploma de nível superior.
Embora tenha aumentado o número de adeptos do modelo entre os recém-saídos do ensino médio, o perfil predominante é o de quem tem de 25 a 28 anos e já está no mercado. Hoje, o país tem 933 cursos sequenciais (leia mais ao lado) em operação.
Para quem está empregado, o curso pode até resultar em promoção ou aumento de salário, mas, para quem não tem experiência, pode haver dificuldades.
"Dois anos não me parecem tempo suficiente para se aprofundar. A experiência profissional, então, é muito importante", avisa Viviane Kaba Dona, da Foco RH.
Na opinião de Roberto Santos, do Ateliê de Desenvolvimento Humano e Organizacional, a preocupação com a qualidade ou a duração do curso está diminuindo. "A formação é importante, mas, entre os que têm diploma, o diferencial está mais na personalidade e nas competências."
Embora haja empresas que descartem os currículos de quem fez cursos curtos (como multinacionais que exigem graduação em faculdades de primeira linha), na maioria das vezes o que vale é a adequação ao perfil procurado.
Isso ocorre em áreas como gastronomia e comunicação. Juliano Cordeiro, 26, que fez dois anos de hotelaria, supervisiona o trabalho de profissionais com quatro anos de graduação na cozinha do restaurante Skye, no hotel Unique, em São Paulo. "Na minha área, a experiência conta muito", afirma.

Próximo Texto: País ganhou 600 cursos em dois anos
Índice

UOL
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.