São Paulo, domingo, 24 de setembro de 2006

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Recursos humanos

Empresas apostam em agrados para reter talento

Roberto Assunção/Folha Imagem
Fátima Pires, que diz ter recusado várias propostas de trabalho


Queda da rotatividade e aumento da motivação justificam iniciativas

DA REPORTAGEM LOCAL

Atrair profissionais competentes é apenas o primeiro passo na administração dos talentos das empresas. Em muitas delas, o maior desafio para a área de RH é aprender a manter esses profissionais em seu quadro de funcionários.
Depois de trocar quatro vezes de assistente administrativo, a Tradbor, empresa do segmento de embalagens, fez o possível para manter no cargo um profissional que demonstrava competência.
Por fim, a oferta do diretor-executivo da empresa, Alan Baumgarten, de um plano de carreira e um aumento de 15% no salário, manteve o funcionário no cargo. "Escutamos as necessidades dele e ajustamos as possibilidades para segurá-lo na empresa", diz Baumgarten.
A Apdata, empresa de tecnologia na área de recursos humanos, adotou uma "política efetiva de valorização de seus colaboradores". A sede da empresa tem capela ecumênica, academia de ginástica e salas para cromoterapia.
"Nos últimos três anos, destinamos uma média de 5% do faturamento para melhorar a qualidade de vida dos nossos colaboradores. Os resultados têm sido positivos [para a retenção]", afirma Luiza Nizoli, diretora-executiva da Apdata.
Segundo um estudo interno da empresa, o nível de produtividade aumentou 85% nos últimos três anos, enquanto o "turnover" (rotatividade) caiu para "praticamente zero".
"Entendemos que não é a questão salarial que retém o talento. Descobrimos, pelo estudo, que algumas pessoas tinham habilidades para áreas diferentes das em que estavam. Ao mudarem de departamento, ficaram mais felizes e, conseqüentemente, passaram a trabalhar mais", diz a diretora.
Há quatro anos na firma, a gerente de negócios Fátima Pires, 40, diz ter recusado várias propostas para trabalhar em empresas concorrentes. "Desde o início, as instalações da empresa me chamaram muito a atenção. Há a busca pelo bem-estar dos funcionários", declara. Mostrar a importância do profissional, aplicando diferentes formas de reconhecimento, é um fator essencial na avaliação de Nelson Moschetti, diretor da consultoria RCS.
Para Moschetti, também é fundamental que a empresa propicie aumento de qualidade de vida aos seus funcionários. "Fazer atividades para alcançar o equilíbrio entre adrenalina e endorfina, como aulas de ioga e relaxamentos, é um grande atrativo", opina o consultor.
Há oito anos como funcionária da rede de hotéis Atlantica, a administradora hoteleira Regina Carrijo, 26, é, hoje, gerente-geral de uma unidade.
"Trata-se de uma empresa com muitos jovens trabalhando, respeito do alto executivo e boas oportunidades de crescimento", declara Carrijo. (MARIANA BERGEL)


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