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ACADEMIA/TERCEIRO SETOR
Carreira em salas de aula exige interesse constante
Profissionais consagrados aconselham ter paixão pelo conteúdo ensinado
CAROLINA NOMURA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Quando a professora doutora
de veterinária da USP Maria
Angélica Miglino pensa em seu
primeiro orientador, ela se recorda de suas palavras: "O aluno deve ter brilho nos olhos".
Para um acadêmico, esse brilho é a constante inquietação e
a vontade de encontrar respostas a velhas e a novas questões.
São diversos os caminhos
que podem ser trilhados quando se escolhe a academia.
Geralmente, a visão mais específica da profissão remonta à
seqüência graduação, mestrado, doutorado e pós-doutorado,
seguida por professores universitários e pesquisadores.
No entanto, há outros campos de trabalho, como aulas nos
níveis fundamental e médio.
Aos 12 anos, o professor do
colégio Arquidiocesano Silvio
Bedani já sabia o que queria ser
quando crescesse: professor de
português. "Eu tive um mestre
que me inspirou e optei pelo
ensino médio porque gosto de
trabalhar com adolescentes."
Segundo Bedani, não basta gostar de lecionar -é preciso ter
interesse pelo conteúdo.
"Isso é essencial para que o
professor tenha um bom desempenho", diz Sérgio Tozoni,
coordenador de graduação em
matemática da Unicamp.
Seguindo a fórmula, o mais
jovem professor da ESPM (Escola Superior de Propaganda e
Marketing), Guilherme Umeda, 26, se diz "apaixonado por
propaganda e marketing".
"Eu me identifico com a profissão, pois a educação tem um
papel essencial no desenvolvimento humano", explica.
Foi essa crença na educação
que impulsionou o jurista Damásio de Jesus a criar o complexo jurídico e a faculdade
que levam seu nome. Para ele,
o bom mestre é aquele que
transmite emoção e verdade.
"Ele deve personificar o que
diz para atingir o objetivo de
transmitir conhecimento", diz.
Para a professora da USP
Marie-Anne Van Sluys, que
pesquisa a área genômica botânica, a maior recompensa da
carreira é "testemunhar a evolução do aluno, tanto na sala de
aula quanto na pesquisa".
Já a professora de inglês Vera
Vukovic, que leciona desde
1959, diz que o ensino é mais do
que uma profissão. "Minha
aposentadoria é suficiente para
viver, mas não consigo deixar
as aulas. Meus alunos são meu
contato com o mundo. Às vezes
penso: "Hoje não posso morrer
porque tenho que dar aula".
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