S?o Paulo, domingo, 25 de julho de 2010

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OPINIÃO

"O que faz alguém se dispor a trabalhar de graça? Diversão"

BRUNO YUTAKA SAITO
EDITOR-ASSISTENTE DA ILUSTRADA

Eram quase 2h da manhã de uma quarta-feira e eu suava na balada. Não, não dançava na pista. Estava era angustiado. Nenhum sinal para o início da discotecagem.
No dia seguinte, deveria estar bem acordado às 8h para fazer uma prova. Tolo fui eu, que não conversei direito sobre o turno da noite com o amigo que me convidara para a discotecagem.
Constrangimentos desse tipo são comuns quando não se é um DJ de verdade. Tudo é feito na base da camaradagem. Raramente há pagamento (se há, é em consumação). Mas não ouço reclamações sobre a (falta de) técnica -não sei mixar- ou o fato de certa faixa esvaziar a pista.
O que faz então alguém se dispor a trabalhar de graça? Diversão. E uma vontade doida de mostrar músicas de que gosto para os outros. É o hábito juvenil de compartilhar as descobertas.
Não me incomodo com quem fica pedindo músicas.
Ao contrário, até me divirto. Já me pediram para tocar Ivan Lins numa festa de rock alternativo. Tem aqueles que cantarolam a música quando não lembram o nome dela.
Pior mesmo são os outros DJs que vão tocar na mesma noite. Explico: nessas festas, o organizador convida dois ou três amigos para discotecar. E fica aquele jogo de empurra para ver quem entra no pior horário. Tem ainda o DJ-amador-superstar, que não quer deixar nunca a cabine. Não é para levar tão a sério.


BRUNO YUTAKA SAITO atua como DJ amador desde 2001


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